Sergio
Cabral, Roseana Sarney, Eduardo Campos, Renan Calheiros e Edison Lobão estão
entre os citados nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras.
Preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de participar de um
mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef, o
ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou
recentemente os termos de um acordo de delação premiada – e começou a falar.
No prédio da PF em Curitiba, ele vem
sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados
em vídeo — na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação.
Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de
corrupção.
Entre eles estão os presidentes da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do
Senado, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá
(PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de deputados figuram
o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um dos mais ativos integrantes
da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario
Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto como destinatário da
propina. Da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor, todos os
políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio
Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora
do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato
à Presidência da República morto no mês passado em um acidente aéreo.
Paulo Roberto também esmiúça a lógica
que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras –
admitindo, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia
tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo cujo destino
final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do
governo.
Sobre o PT, ele afirmou que o operador
encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do
partido, João Vaccari Neto, cujo nome já havia aparecidao nas investigações
como personagem de negócios suspeitos do doleiro Alberto Youssef.
Conheça, nesta edição de VEJA, outros
detalhes dos depoimentos que podem jogar o governo no centro de um escândalo de
corrupção de proporções semelhantes às do mensalão.
Fonte: Veja.com