O ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa depôs nesta sexta-feira 5 aos promotores do Ministério Público,
em Curitiba (PR). Protegido pela delação premiada, ele já apontou nada menos
que 32 parlamentares, entre senadores e deputados, e um governador de
Estado como beneficiários de esquemas de pagamentos de propinas a partir de
contratos da Petrobras com empreiteiras indicadas pelos políticos. Os nomes
ainda não vazaram.
Segundo Costa,
as propinas eram de 3% sobre o valor de cada contrato. "O esquema ia do
terceiro escalão até a cúpula da companhia", teria dito ele, segundo as
primeiras informações. Promessa de apertar o botão de uma bomba sobre o
Congresso vai sendo cumprida. A notícia foi divulgada pelo serviço Broadcast,
da Agência Estado.
Costa está
depondo ao Ministério Público desde a sexta-feira 29. O trato com o Ministério
Público é o de colocar o depoente em liberdade assim após a série de revelação.
O ex-diretor da Petrobras foi preso durante as diligências da Operação Lava
Jato, e prometeu que, se contasse sua história, "não vai haver
eleição". A notícia dos primeiros vazamentos sobre seus depoimentos
colocaram em transe os grandes partidos políticos e a maior parte dos deputados
e senadores.
"Todo dia
tinha político batendo na minha porta", teria dito ele, segundo a Agência
Estado, em um dos depoimentos, para ilustrar seu relacionamento com as grandes
empreiteiras e os parlamentares. Ao final do depoimento, as transcrições e
observações do Ministério Público serão levadas à Procuradoria Geral da
República. A órgão caberá abrir processos contra personagens com foro judicial
privilegiado.
Com
depoimentos gravados em vídeo, Costa pode obter um ótimo benefício com a
delação premiada. Em lugar de se arriscar a uma condenação de mais de 50 de
prisão, ele poderá sair livre ao final do processo. Costa assumiu a diretoria
de Abastecimento da Petrobras no primeiro ano do governo Lula, indicado pelo
então presidente do PP, José Janene.
Fonte: Brasil 247.