Servidores
federais foram flagrados usando uma lancha do governo, que deveria servir para
fiscalizar a costa brasileira, durante um passeio de família no último domingo
(27) no arquipélago dos Abrolhos, no sul da Bahia.
Fotos
obtidas pela Folha de S. Paulo mostram a lancha atracada perto da única ilha do
arquipélago aberta a turistas, com um casal em trajes de banho, que namorava no
convés, uma criança na cabine e dois homens com camisetas do ICMBio (Instituto
Chico Mendes de Biodiversidade).
Órgão
federal responsável pela fiscalização, o instituto confirmou a presença de
servidores na embarcação, mas negou que estivessem num passeio. Procurado, o
Ministério da Pesca, que cedeu a lancha, disse que pedirá esclarecimentos ao
ICMBio.
"As
lanchas são cedidas por instrumentos legais, com obrigações e deveres ao
permissionário, não tendo destinação recreativa. Cabe ao ICMBio determinar a
sua tripulação para devidos fins", disse a pasta, em nota.
A
lancha é a única embarcação disponível para fiscalizar a pesca ilegal em mais
de 380 mil hectares. Sua cobertura inclui o Parque Nacional Marinho dos
Abrolhos.
Coordenador do ICMBio em Porto
Seguro, Apoena Figueirôa disse que as fotos mostram o coordenador regional
substituto do órgão, Amarílio Fernandes, um filho e a mulher dele, funcionária
do Ibama, e dois terceirizados. Disse que ele também estava no grupo, junto com
a mulher, servidora do ICMBio.
"Entendo que o fato de os
participantes terem aproveitado para nadar e mergulhar não caracteriza isso
[lazer]", disse. Afirmou ainda que a tripulação estava apta a fazer
autuações, se fosse preciso.
Segundo Figueirôa, a ida da
lancha a Abrolhos já estava programada e a presença dos dois casais e da criança
não atrapalharia as atividades, já que os quatro servidores teriam competência
para autuar em caso de flagrante.
Entre 8h e 18h do domingo,
segundo ele, o grupo foi à ilha de Santa Bárbara para conhecer um alojamento
cedido pela Marinha ao ICMBio e depois foi para Siriba, a única das cinco ilhas
de Abrolhos aberta a turistas. Ele disse que o filho do servidor foi junto
porque não tinha acompanhante para ficar no continente. O ICMBio em Brasília
não comentou o caso.
Fonte: Política na Rede.













