Em artigo
publicado neste domingo, o jornalista Breno Altman, diretor do Opera Mundi,
desmonta a tese de que Israel exerce o legítimo direito de defesa em sua
ofensiva contro o povo palestino.
Leia
abaixo:
SOBRE O DIREITO DE ISRAEL A SE
DEFENDER
Por Breno Altman
O governo de
Netanyahu alega que os ataques a Gaza são legítima defesa. Como se a situação
tivesse começado com lançamento de mísseis pelo Hamas.
O argumento, para início de
conversa, tem um déficit original: ao menos desde 1967, quando tomou a força
territórios árabes, Israel é o Estado agressor. Os palestinos, desde então, são
os que possuem direito natural à auto-defesa e à rebelião, como está escrito na
Carta das Nações Unidas sobre povos submetidos a situação colonial.
Segundo, os mísseis do Hamas
foram uma resposta, independente do juízo que se faça dela, à maneira como o
governo de Israel conduziu o caso dos três jovens israelenses cruelmente
assassinados. Ao contrário de considerar um caso policial, que pressuporia
investigação e julgamento conduzido pela Autoridade Palestina, dentro de um
prazo razoável, Netanyahu tratou como um tema militar, lançou uma onda de
prisão em massa contra palestinos e denunciou a responsabilidade do Hamas sem
que houvesse provas conclusivas a esse respeito. A organização islâmica
contestou com seus disparos a esmo os gritos de guerra e a repressão
generalizada conduzida pelo governo de Israel.
Terceiro,
não se pode considerar "direito de defesa" um massacre como o que
está em curso, com mais de 1,5 mil palestinos mortos, a maioria civil,
incluindo mulheres e quase trezentas crianças, além de ataques a edifícios sob
controle das Nações Unidas.
Estes três argumentos são
suficientes para desmascarar o suposto caráter defensivo da escalada em Gaza. O
nome do que faz o governo de Israel é crime de guerra.
Fonte: Brasil 247.













