Deputados petistas
elogiaram esta semana nas redes sociais a iniciativa do empresário
norte-americano Bill Gates – um dos fundadores da Microsoft, maior e mais
conhecida empresa de software do mundo – de compartilhou no seu facebook um
artigo sobre o Bolsa Família. O texto – de autoria de Berk Özler, professor de
Economia da Universidade de Otago, na Nova Zelândia – foi publicado no site
FiveThirdEight Economics com o título “Lessons From Brazil's War on Poverty”
(Lições da luta do Brasil contra a pobreza, em tradução livre). No artigo,
Ozler analisa, principalmente, o papel do Bolsa Família na diminuição das
desigualdades sociais no Brasil.
O
artigo lembra que, em 2001, o coeficiente de Gini (que mede a desigualdade com
índices de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, mais desigual é o país)
era superior a 0,60 e, em 2007, atingiu o menor nível em mais de 30 anos:
abaixo de 0,55. Em menos de uma década, o Brasil conseguiu diminuir pela metade
a população vivendo em extrema pobreza. Essa queda está diretamente ligada à
introdução de políticas públicas como o Bolsa Família, que, em dez anos, se
tornou uma referência mundial.
O
deputado Geraldo Magela
(PT-DF) ressaltou,
em sua conta no facebook, a importância do reconhecimento de Bill Gates às
ações desenvolvidas pelo governo do Brasil nos últimos anos. “É possível
transformar a sociedade e reduzir as desigualdades com o programa Bolsa
Família, pelo qual são mais de 93 mil famílias beneficiadas apenas no DF”,
afirmou. O deputado José
Mentor (PT-SP) também
ressaltou a importância da divulgação dada pelo empresário americano à
iniciativa brasileira: “O excelente resultado do Bolsa Família, o maior
programa de transferência de renda do Brasil, chamou a atenção de um dos mais
influentes homens do mundo: Bill Gates”.
Criado
para reduzir a pobreza a curto prazo, o Bolsa Família inovou ao injetar
dinheiro diretamente no bolso das famílias mais pobres, sendo 93% chefiadas por
mulheres. Isso permitiu que elas investissem mais na educação, saúde e nutrição
de seus filhos, já que para ser beneficiário do programa, deve-se atender a uma
série de condicionalidades. Assim, desde sua criação, 40 bilhões de reais foram
destinados a 14 milhões de famílias (50 milhões de pessoas). Vale ressaltar a
influência do programa no empoderamento das mulheres (link is external) no
sertão.
Muitos
pesquisadores já estudaram a diminuição da pobreza extrema no Brasil. Em 12
anos, são mais de 40 milhões de pessoas que saíram da condição de pobreza
extrema. Eles apontam que, além da influência direta do Bolsa Família, outro
fator importante foi o aumento de salário entre os mais pobres. Em setembro de
1994, o empregado brasileiro recebia R$ 70,00. Em 2015, esse valor deve ser R$
779,79. Nos últimos dez anos, houve um aumento real superior a 70%, uma
conquista dos trabalhadores, tornada realidade na gestão do ex-presidente Lula,
que implantou a política de valorização do salário mínimo.
Mas
o Bolsa Família não mexe só no bolso e na mesa dos brasileiros, ele é
responsável por uma melhoria expressiva na educação. Os pesquisadores Paul
Glewwe, da Universidade de Minnesota e Ana Lucia Kassouf, da USP, fizeram um
estudo, lançado em 2012, apontando que o Bolsa Família melhorou o desempenho
das crianças das famílias beneficiadas na escola: levantamento oficial indica
que os beneficiários do Bolsa Família tiveram, em outubro e novembro de 2013,
96% de frequência escolar e um desempenho superior à média registrada por
estudantes da rede pública de ensino que não recebem benefício.
Fonte: PT na Câmara.