O filósofo João Ricardo Moderno, presidente da Academia
Brasileira de Filosofia
e professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), lembra
sobre o caráter da corrupção no Brasil, prática quase inerente à cultura
brasileira. “É um fenômeno cultural, não meramente econômico e financeiro nem
político, mas cultural". A reflexão surge em meio ao escândalo de desvio de recursos de
uma instituição de prestígio, com credibilidade, que recebe contribuições
voluntárias em nome de campanhas humanitárias, a Cruz Vermelha no Brasil.
Entenda o caso.
Segundo a
assessoria da Cruz Vermelha brasileira, os desvios estão concentrados quase que
exclusivamente nas filiais do Maranhão, Petrópolis e Ceará. A instituição
afirma que está distribuindo os resultados da auditoria tanto no
Ministério Público quanto no Ministério da Justiça.
Os desvios
constatados pela auditoria envolvem as três campanhas nacionais de arrecadação
que aconteceram em 2011, para vítimas dos deslizamentos na Região Serrana do
Rio de Janeiro, após as chuvas, para ajudar os atingidos pela guerra civil na
Somália e terremotos no Japão. Foram recolhidos R$ 212 mil para as campanhas da
Somália e Japão e R$ 1,6 milhão para a tragédia fluminense. A mãe do
vice-presidente da Cruz Vermelha Nacional na época, Anderson Marcelo Choucino,
tinha uma ONG que recebeu as doações. As primeiras informações sobre desvio de
verbas vieram quando a funcionária Letícia Del Ciampo assumiu o escritório de
Petrópolis da entidade e fez denúncias ao Ministério Público (MP). Tanto
Chouchino quanto o presidente nacional da instituição à época, Walmir Serra
Júnior, foram afastados. Outras irregularidades também foram apuradas.
Hoje em dia, a
Cruz Vermelha Brasileira é presidida por Rosely Sampaio. Segundo a assessoria,
a direção pedirá punição aos gestores envolvido com os desvios. A Cruz Vermelha
também estuda medidas judiciais que visem reparação pelos danos causados à
imagem da instituição perante a opinião pública.
Além de apontar o
suposto desvio financeiro, a consultoria contratada apresentou um plano de
recuperação das contas da entidade – que confirmou que vai colocar em prática
todas as recomendações do relatório. A Federação Internacional da Cruz Vermelha
e do Crescente Vermelho (FICV), à qual a organização brasileira é filiada,
determinou que uma comissão especial acompanhe a implementação das
recomendações.
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Fonte:
Jornal
do Brasil.