O
vice-presidente da República, Michel Temer, defendeu hoje (31) a realização de
um plebiscito, em 2015, para definir uma reforma política para o país. Temer
participou de um encontro de alunos de direito da Universidade Estácio de Sá,
na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
“Teria que haver uma data específica para o plebiscito.
Diferentemente do que se prega, não seria junto com as eleições. É tão
importante que demandaria uma data especial, com a fixação de um horário
eleitoral para a divulgação das ideias que seriam pregadas no plebiscito. No
ano que vem, seria uma data especial, porque é o primeiro ano da legislatura e
do governo. É o momento mais oportuno para fazer o plebiscito e depois a
formatação daquilo que o povo decidisse, no Congresso Nacional”, disse.
Para
o vice-presidente, dificilmente será feita uma reforma política sem que haja
uma pressão popular. Além de defender o plebiscito, Temer se mostrou favorável
a algumas propostas para a possível reforma, como o voto majoritário para
escolha de deputados federais e estaduais.
“Hoje se elege um deputado pelo voto proporcional. Se o
coeficiente eleitoral em São Paulo é 318 mil, um partido que consegue 900 mil
votos elege três deputados. Eu já tive experiência em que um deputado com 280
votos chegou à Câmara dos Deputados e um candidato com 128 mil votos não
chegou”, disse.
Na visão de Temer, o voto proporcional faz com que
partidos políticos apostem em personalidades famosas que alcancem mais de 1
milhão de votos ao mesmo tempo em que buscam um grande número de candidatos
para que, no somatório desses votos, o partido consiga eleger mais
parlamentares.
O vice-presidente acredita que o voto majoritário teria
ainda duas consequências que, para ele, seriam benéficas: a redução do número
de partidos políticos no país e o fim das coligações partidárias.
“Nós não podemos conviver com 32 partidos políticos no
país. Se adotássemos o voto majoritário, que enfatiza a ideia do partido
político, nós teríamos, consequentemente, ao longo do tempo, sem nenhuma regra
impeditiva dos partidos políticos, a redução desses partidos. E as pessoas
poderiam optar melhor. Quando um sujeito vai votar em alguém, ele sabe que está
votando em uma ideologia administrativa, governamental. Seriam três, quatro,
cinco, seis correntes de opinião. Não temos mais do que isso no nosso país. Não
temos 32 correntes de opinião”, disse Temer.
Fonte: Agência Brasil













