A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada no
segundo dia da greve dos metroviários em São Paulo. O capitão da PM, Snay
Nanni, confirmou o uso de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para
dispersar os grevistas na estação Ana Rosa da Linha 1-Azul. "O interesse
público deveria prevalecer aos interesses da categoria", diz.
Grevistas barraram a entrada de funcionários
que não aderiram ao movimento e apenas 32 das 65 estações das três
principais linhas - 1-Azul; 2-Verde e 3-Vermelha - operam em São Paulo.
O rodízio de veículos continua suspenso nesta sexta-feira, o que prejudica
o trânsito. Congestionamento alcançava 239 quilômetros de fila às 10h, segundo
recorde seguido para períodos da manhã. A chuva prejudica ainda mais o cenário.
Na avenida Paulista, duas faixas no sentido
Consolação foram bloqueadas devido a um protesto da Força Sindical, que reúne
cerca de dois mil manifestantes na altura do Masp.
Abaixo, reportagens da Agência Brasil sobre o trânsito
recorde e a greve:
Com greve e manifestação, trânsito bate recorde em São Paulo
Marli Moreira - Sem os trens do Metrô,
por causa da greve dos servidores, e com a manifestação do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MSTS) na zona sul, além de chuviscos e a suspensão do
rodízio de veículos, os congestionamentos no trânsito da cidade de São Paulo
atingiram recorde na manhã de hoje (6).
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET), a lentidão foi, gradativamente, aumentando e alcançou recorde às 10h,
com 239 quilômetros (km) , na região do centro expandido. Essa é a maior marca
do ano e a terceira na história da medição da CET, superando o recorde de
ontem, que chegou a 209 km às 9h30. O maior congestionamento para esse horário
foi registrado em 23 de maio de 2012 - 249 km.
Com a paralisação dos metroviários, houve a
necessidade de alterar itinerários dos ônibus e reforçar a frota nas ruas, onde
os espaços também foram mais concorridos porque muita gente que,
rotineiramente, utiliza o transporte coletivo tirou o carro da garagem para se
deslocar ao trabalho.
Integrantes do MSTS bloquearam a Avenida
Interlagos, na altura da Praça Ministro Pedro Chaves, na zona sul, em protesto
por mais moradias populares, ato feito das 7h30 às 9h10, de acordo com a CET.
Greve dos metroviários volta a causar transtorno aos paulistanos
A cidade de São Paulo vive um verdadeiro caos
hoje (6) em razão da greve dos metroviários que entrou em seu segundo dia.
Apenas uma das cinco linhas do Metrô funcionava normalmente no começo do dia: a
via amarela operada pelo setor privado na ligação entre a Estação da Luz e a
zona sul. Por volta das 5h30, começaram a circular os trens da Linha 5 Lilás,
entre o Capão Redondo e o Largo Treze, na zona sul.
Só duas horas mais tarde é que os usuários
puderam acessar, parcialmente, esse meio de transporte nas demais linhas: a 1
Azul, entre as estações Paraíso e Luz; a Linha 2 Verde, entre as estações
Paraíso e Clínicas e a Linha 3 Vermelha entre as estações Bresser e Santa
Cecília.
Segundo a companhia do Metrô, houve piquetes
nas estações Ana Rosa, na zona sul e Bresser, na zona leste, para impedir a
entrada de funcionários que não estavam aderindo ao movimento. A Polícia
Militar foi acionada para dispersar os manifestantes.
Mais uma vez a prefeitura decidiu suspender o
rodízio de veículos. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) às 8h
havia 133 quilômetros de vias congestionadas.
Em algumas regiões, a alternativa foi
recorrer aos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que
opera com intervalo reduzido. Há, porém, um bloqueio na Estação
Corinthians-Itaquera, Linha 11 Coral, onde os acessos são compartilhados com o
Metrô da Linha 3 Vermelha. Segundo a CPTM, na integração com a Linha 4 Amarela,
nas estações Pinheiros e Luz, foi adotado um controle do fluxo de pessoas nos
pontos mais movimentados.
A empresa informou ainda que solicitou a
mudança de itinerário dos ônibus com destino à Corinthians-Itaquera, para
redistribuir os coletivos nas demais estações e evitar aglomerações.
A São Paulo Transporte (SPTrans) informou que
a exemplo de ontem (5) foi reforçada a frota de ônibus do Plano de Atendimento
entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese).
Os metroviários reivindicam aumento salarial
de 16,5%. Ontem, em nova tentativa de conciliação no Tribunal Regional do
Trabalho (TRT), eles rejeitaram a oferta de 8,7%.
Fonte:
Brasil
247.