Treinador não dirige mais a
Azzurra, e dirigente Giancarlo Abete se retira de entidade.
Não é só no Brasil que isso acontece. A primeira vítima da
queda precoce da Itália na fase de grupos da Copa do Mundo 2014, após derrota
para o Uruguai, foi o treinador. O contrato de Cesare Prandelli valia até a
Eurocopa 2016, mas o mau resultado no Mundial e a pressão que ele disse sofrer
desde que a renovação do seu vínculo foi anunciada determinaram o pedido de
demissão do comandante da Azzurra. Ele assumiu a responsabilidade pelo fracasso
na competição e culpou a expulsão pela derrota no jogo decisivo frente à
Celeste.
- A
impressão é de que estávamos competindo e predominando, mas a expulsão mudou
totalmente o rumo da partida. No final do jogo conversei com Albertini e
Valentini, e visto que o projeto técnico é de minha responsabilidade,
apresentei a minha demissão. Antes de renovar o contrato existia a vontade de
continuar nesse processo. Depois da renovação, passamos a lidar com agressões
verbais, como em um partido político. Nos sentimos como pessoas que devem aos
contribuintes. Eu nunca roubei nada e nunca devi nada a ninguém. Se eu cometi
um erro, assumo. Mas que jamais digam que eu roubei dos contribuintes - afirmou
taxativo o treinador.
Mais
esperado, o presidente da Federação Italiana de Futebol Giancarlo Abete também
aproveitou para comunicar a sua renúncia ao cargo assim que voltar à Itália.
Apesar do seu "irrevogável" afastamento, o dirigente disse que ainda
tem esperanças que Prandelli reconsidere a sua decisão.
- Prandelli
apresentou seu pedido de demissão. Vou convocar uma reunião logo que voltar à
Itália, mas espero que ele retire esse pedido, porque, na minha opinião, embora
esse resultado tenha acontecido, todo o possível foi feito para que fôssemos
melhor do que fomos. Tivemos ótimos resultados nas eliminatórias e na Euro. Já
disse a Prandelli que, de qualquer forma, vou apresentar a minha demissão em
caráter irrevogável ao Conselho Federal, porque fizemos o máximo que pudemos.
Demetrio Albertini, como chefe da delegação, fez o seu melhor. Estou no meu
sétimo Mundial, e já havia tomado essa decisão antes do início da Copa. Faço
esse pedido de demissão com serenidade e refleti muito para isso. Quero
continuar em outras funções, como na Uefa, mas quero liberar a Federação de ser
alvo de críticas pela minha presença. O Conselho Federal certamente recusará a
demissão de Prandelli, e espero que ele reconsidere o seu pedido. Mas a minha é
totalmente irrevogável. Em agosto, voltaremos com um novo presidente, que terá
todo o meu apoio. Tenho um gosto amargo como torcedor, mas como dirigente sei que
fizemos o melhor possível - afirmou Abete.
Fonte: Globo Esporte.com













