Quando
me lembro de algumas coisas que disse, sinto inveja dos mudos, escreveu Sêneca,
o grande estoico.
Pensei nisso
quando li agora a resposta de FHC a Lula sobre a conhecida compra de votos no
Congresso em 1996 para que ele, FHC, pudesse ser reeleito.
FHC, como o
legítimo udenista que se tornou ao abraçar o moralismo cínico e calculado
consagrado por Carlos Lacerda, acusou Lula de ter “vestido a carapuça”. Na
convenção que consagrou a candidatura de Aécio, FHC afirmou que já era hora de
o país de livrar dos “corruptos”. Lula evocou, então, a compra de votos.
“Falsidade”,
disse FHC sobre as acusações.
Quem acredita
nisso, como disse Wellington, acredita em tudo. Um dos envolvidos, o então
deputado do Acre Narciso Mendes, contou na ocasião o episódio à Folha, que o
tratou como “Senhor X”. Mendes, hoje com 67 anos, recebeu 200 000 reais em
1996, como muitos de seus colegas. Em dinheiro de hoje, é cerca de 530 000
reais.
Abaixo, um trecho de uma reportagem da Folha naqueles
dias:
“O
dinheiro (…) só foi entregue aos parlamentares na manhã do dia da votação do
primeiro turno da emenda da reeleição, 28 de janeiro, uma terça-feira.
A
entrega dos 200 000 reais em dinheiro, para cada deputado, foi feita mediante a
devolução dos cheques pré-datados — que foram rasgados (…).
A
troca dos cheques por dinheiro ocorreu em um local combinado em Brasília. Cada
deputado se apresentou, rasgou seu cheque na hora e recebeu o pagamento em
dinheiro dentro de uma sacola.”
Todo mundo
sabia quem era o “Senhor X”, mas isso não estimulou nenhuma empresa de mídia a
ir atrás de uma história simplesmente sensacional de corrupção.
O motivo é que
FHC era amigo.
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Fonte: Diário do Centro do Mundo.













