O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki
determinou na manhã desta segunda-feira 19 a soltura dos 12 presos pela
investigação Lava Jato, da Polícia Federal. Entre eles estão o doleiro Alberto
Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. De acordo com a
decisão do ministro, todos os inquéritos também estão suspensos e devem ser
remetidos à corte suprema.
A decisão acata uma reclamação
da defesa de Paulo Roberto Costa, que está preso em Curitiba, de que o juiz
federal Sérgio Moro, do Paraná, extrapolou sua competência ao investigar um
parlamentar: o deputado André Vargas, ex-PT, que tem foro privilegiado e
deveria ser investigado pelo STF.
Na semana passada, o juiz paranaense enviou para o Supremo parte
da investigação que diz respeito a Vargas – a PF flagrou mensagens trocadas
entre o deputado e o doleiro Youssef. Para Teori, no entanto, o inquérito
deveria ter sido repassado para o STF assim que se constatasse a suposta
participação do ex-petista.
A decisão de Zavascki, pela amplitude,
surpreendeu os observadores. A Operação Lava Jato foi deflagrada no dia 17
de março. O doleiro Alberto Youssef foi preso naquele dia, sob acusação de
comandar um esquema de lavagem de dinheiro que, calcula-se, pode ter
movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Costa, assim como suas duas filhas e os
respectivos maridos, é acusado de tentar ocultar provas sobre o caso. A
expectativa era a de que o ministro acatasse a reclamação do advogado de
Vargas, mas não havia projeções sobre a soltura dos investigados até aqui.
Agora, todos irão esperar nova manifestação do STF para terem uma definição
sobre seus destinos.
No Congresso, a soltura dos
presos na Operação Lava Jato pode tirar ainda mais pressão da recém instalada
CPI no Senado. Comandada pelo PMDB e com relatoria do PT, a comissão perdeu em
repercussão na semana passada. A alternativa da oposição é a instalação de uma
comissão mista entre a Câmara e o Senado, o que será tentado nesta semana em
Brasília.
Fonte:
Brasil
247.













