O
laboratório Labogen, do doleiro Alberto Youssef, mandou para o exterior US$
113,38 milhões em um período de quase cinco anos – entre janeiro de 2009 e
dezembro de 2013. As operações do "laboratório lavanderia" foram
descobertas após quebras de sigilo bancário e fiscal da empresa no âmbito da
operação Lava Jato.
O esquema funcionava por meio do uso de contratos de câmbio
para importação fictícias de medicamentos, segundo reportagem publicada pelo
jornalista Fausto Macedo, do O Estado de S. Paulo. Segundo a PF, o laboratório
firmou 1.945 contratos de câmbio em nome de duas empresas coligadas.
A soma da movimentação do dinheiro sujo, oriundo de contratos
superfaturados com órgãos públicos – pode ter chegado aos US$ 184,44 milhões em
um período de quatro anos. De acordo com a Procuradoria-Geral da República,
foram utilizadas ainda as contas de outras três empresas para movimentar os
recursos.
O objetivo agora é identificar quem foram os beneficiários do
dinheiro transferido para contas em Hong Kong e Taiwan. O laboratório de
Youssef é o foco da operação Lava Jato, pois liga o doleiro ao ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa, preso pela PF e parceiro no esquema, e o
deputado André Vargas (sem partido-PR), suspeito de trabalhar pelos interesses
de Youssef no Congresso.
Padilha
O ex-assessor de Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde, foi
realmente contratado pelo Labogen, segundo denúncia da Folha de S. Paulo
publicada neste domingo 27. Marcus Cezar Ferreira de Moura recebe R$ 25 mil
mensais pela função que exerce, uma espécie de lobista, mas é registrado em
carteira com um salário de R$ 4 mil, o mesmo que recebia no ministério da
Saúde, segundo o jornal.
A notícia traz ainda mais complicações para Padilha,
pré-candidato ao governo de São Paulo, que nega veementemente ter indicado
Marcus Moura para a empresa laranja do doleiro. Em coletiva na sexta-feira, o
petista ameaçou processar André Vargas e todos os que envolverem seu nome na
trama.
Fonte: Brasil 247.