O depoimento do ator e produtor Caio Blat mostra como o
monopólio da Globo é predador.
Duas coisas são notáveis num vídeo em que o ator Caio Blat fala sobre o papel predador da Globofilmes no cinema brasileiro.
A primeira é o assalto perpetrado pela Globofilmes. A segunda
é que, tornado público isso, nada tenha acontecido exceto uma retratação de
Blat que lembra as confissões dos acusados de crimes contra o comunismo na
década de 1930 na Rússia de Stálin. Era claramente isso ou o fim da carreira.
O órgão que deveria coibir ações nocivas de monopólios, o
Cade, é simplesmente inoperante quando se trata da Globo.
Sintetizarei
o golpe aqui, tal como narrado calmamente por Blat.
Se você não fecha um contrato com a Globofilmes para a
distribuição do seu filme, as mídias da Globo se fecham para você.
Tevê,
jornal, revistas, internet: pode esquecer no trabalho de divulgação.
Então
você é forçado a fazer.
Aí
a Globofilmes coloca você no Jô, no Serginho Groisman, no Vídeo Show etc.
Ótimo.
O detalhe é que sua ida àqueles programas é cobrada como se fosse publicidade.
Mercham,
o que é ainda mais caro que a propaganda convencional porque se trata de
enganar o espectador.
Depois,
a Globofilmes se “ressarce” do investimento fictício na bilheteria.
Ela investiu quanto? Zero. Qual o custo de encaixar um
diretor ou ator de um filme num programa da própria Globo? Nenhum, se
descontarmos coisas subjetivas como a conversa com Jô Soares, por exemplo.
Mas a fatura vem, como conta candidamente Blat. E pesada.
Acontece o seguinte: quem ganha, essencialmente, é apenas a Globofilmes, ou a
Globo.
Para
produtores é um negócio cruel.
Há, neste história, uma terrível injustiça, um comportamento
que é a negação do capitalismo que a Globo, à luz do sol, tanto prega para, nas
sombras, fazer tudo para extorquir os que têm a infelicidade de viver sob seu
monopólio deletério.
O poder da Globo de fazer coisas malévolas com tem que ser
combatido, em nome do interesse público.
Há
que quebrar um monopólio que acaba dando em coisas como a Globofilmes.
Não enfrentar esse drama nacional, como sucessivos
governantes fizeram, incluídos Lula e Dilma, é uma ação de lesa pátria.
Fonte: Diário do Centro do Mundo.