sábado, 5 de abril de 2014

CE lidera ranking de investimentos estrangeiros

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A construção da Companhia Siderúrgica do Pecém, que envolve empresas da Coreia do Sul, é o principal motivo para o crescimento no número de autorizações de trabalho no Ceará concedidas a sul-coreanos
FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES
O Ceará foi o Estado brasileiro que mais recebeu investimentos efetuados por estrangeiros pessoa física no ano passado. Com aportes que chegaram a R$ 207,3 milhões, o Estado desbancou São Paulo, que historicamente estava à frente nesta lista, segundo apontam dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O incremento nos volumes investidos, em comparação com 2012, chega a 350%. A elevação no valor dos investimentos no Ceará é a maior dos últimos anos.
Em 2012, o volume aportado havia sido de R$ 46 milhões, o que ainda deixava o Estado na segunda posição no ranking, atrás de São Paulo, com R$ 78 milhões. Já em 2013, o Estado mais rico do Brasil ficou em terceiro lugar, com investimentos de R$ 62,8 milhões, atrás ainda do Maranhão, que recebeu R$ 172,8 milhões de estrangeiros pessoa física - em 2012, este Estado ocupava somente a 17ª colocação no ranking nacional.
O resultado confirmou a tendência que já vinha se desenhando desde o primeiro semestre do ano passado, quando o Ceará já ocupava a liderança. Entretanto, foi no segundo semestre que estes investimentos foram realizados com maior intensidade, uma vez que, de janeiro a junho, somente R$ 27,6 milhões dos R$ 207,3 milhões haviam sido aplicados. Ainda assim, os primeiros seis meses de 2013 já apresentavam um incremento de 77,3% em comparação com igual período de 2012.
No somatório nacional, os italianos lideraram os investimentos no ano passado, com R$ 395,7 milhões aplicados no País. O valor aponta um salto de 515% em relação a 2012, quando eles colocaram R$ 64,3 milhões em recursos financeiros no Brasil. Portugal ficou na segunda posição no ano passado, com 68,9 milhões, seguido pela China (R$ 30,1 milhões), Espanha (R$ 24,8 milhões) e França (R$ 22,8 milhões).
Apesar de ter recebido o maior volume de investimentos, o Ceará ainda perdeu para São Paulo em número de investidores pessoa física, que somou 294 investidores contra 237 em território cearense. O Rio Grande do Norte veio na sequência, com 167 investidores, seguido da Bahia (130) e do Rio de Janeiro (103). Todos os outros estados juntos contabilizaram 1.174 estrangeiros efetuando investimentos em seus territórios.
Trabalhadores do exterior
Do total de autorizações a estrangeiros, tanto para investimento quanto para trabalho no País, os dados da Coordenação Geral de Imigração do MTE apontam que o Ceará repetiu, em 2013, o cenário que foi desenhado no ano anterior. Os sul-coreanos, pelo segundo ano consecutivo, lideraram o número de autorizações, à frente dos provenientes de Itália e Portugal, que sempre estiveram no topo desta lista.
Em 2013, foram dadas 667 autorizações a sul-coreanos, um acréscimo de 124% em relação aos 297 de 2012. Em 2011, a Coreia do Sul sequer figurava entre os 10 países que mais tinham cidadãos solicitando autorização de trabalho ou investimento no Ceará. A explicação é pela maior contratação de trabalhadores daquele país nas obras de instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), maior empreendimento privado hoje em curso no Brasil e que possui dois dos seus três sócios advindos da Coreia do Sul: Dongkuk e Posco. Em segundo lugar, no ano passado, estiveram os espanhóis, com 182 autorizações, os portugueses, com 163, e os italianos, com 104.
A maioria dos estrangeiros com autorizações concedidas para o Ceará são especialistas com vínculo empregatício, somando 573 em 2013. Para assistência ou cooperação técnica e transferência de tecnologia, foram outros 294, à frente dos 237 investidores pessoa física.
Os estrangeiros que vieram para o Ceará, para assistência técnica, por prazo de até 90 dias e sem vínculo empregatício somaram 127. Artista ou desportista, sem vínculo empregatício, foram outros 46, e os que vieram para assumir função como administradores, diretores, gerentes e executivos com poderes de gestão somaram 38 pessoas.
Sérgio de Sousa
Repórter
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Medida ajuda na desconcentração de renda
O Ceará está passando por um momento de colheita. O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) tem animado a evolução dos números da economia cearense, e essa animação se capilariza em outros setores, porque muita gente passa a pensar no nosso Estado. Essa não é a única movimentação, mas influencia de maneira decisiva no contexto geral.
O turismo é outro elemento decisivo na nossa economia, principalmente nas cidades que ficam próximas da costa. Pousadas e restaurantes italianos são pequenos negócios que têm atraído investidores, principalmente europeus. A economia europeia está passando por momentos difíceis, e eles percebem a viabilidade para montar negócios aqui, compartilhando know how e capacitando as pessoas com quem trabalham. Além de tudo isso, o pequeno negócio gera emprego e contribui para formar uma nova classe média no Brasil, com a elevação da renda.
Acho que isso tudo é muito positivo, fazer com que as regiões menores e mais pobres tenham crescimento maior do que as mais ricas, para diminuir as diferenças regionais e pessoais. Também demonstra os resultados do esforço que temos feito com políticas de desconcentração de renda e de produtividade.
Alcântara Macêdo
Economista


Fonte: DN 
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