Mais procurado traficante do
Complexo da Maré, o bandido Marcelo Santos das Dores – conhecido como Menor P.
– foi preso na tarde desta quarta-feira pela Polícia Federal. Entre outros
“feitos”, Menor P. tem no currículo a tortura e as ameaças sofridas pelo
jogador Bernardo, do Vasco, como punição por ter se envolvido com uma de suas
mulheres.
Menor P. foi preso com uma camisa
do Flamengo, em um apartamento no bairro de Jacarepaguá, na Zona Oeste. Ele se
preparava para assistir, com amigos, ao jogo Flamengo e Cabofriense, esta
noite, pelo Campeonato Carioca.
A prisão foi feita pela Delegacia de Repressão a
Entorpecentes (DRE) da Superintendência da Polícia Federal no Rio. A ação é
parte da cooperação de forças que deve resultar, a partir do dia 7 de abril, na
ocupação do Complexo da Maré, com apoio do Exército, das polícias federais e da
Força Nacional de Segurança. Nesta quarta-feira, a Marinha anunciou que sua
participação na operação será apenas de "apoio logístico" - como
ocorreu no Complexo do Alemão, quando foram cedidos blindados e equipamentos.
Em nota, a Secretaria de Estado
de Segurança do Rio de Janeiro informou que o secretário José Mariano
Beltrame vai conversar com o superintendente da Polícia Federal do Rio,
Roberto Cordeiro, para que o criminoso seja enviado a um presídio federal.
Bandido - Menor P. passou a
faturar alto em 2009, quando assumiu o controle de quase todas as favelas do
Complexo da Maré, localizado às margens da Linha Vermelha e da Avenida Brasil,
rotas obrigatórias para turistas que chegam ao Rio de Janeiro pelo Aeroporto do
Galeão. A fama do bandido é de uso da violência e de ganância. Investigações da
Polícia Civil indicam que ele extorquiu cerca de 2 milhões de reais de
empreiteiras que faziam obras públicas que passavam em seu reduto. Para
aumentar seus domínios, capitaneou disputas pelo território que deixaram quase
uma centena de mortos, punindo traidores com a sentença de morte do tráfico.
O criminoso adotou também
políticas assistencialistas, distribuindo gás, remédios e presentes para
moradores da favela em datas festivas como Natal, Dia das Crianças, promoveu
shows de artistas famosos, como o cantor Naldo, e grandes cultos evangélicos
para angariar a simpatia de todos os gêneros. Tudo isso, misturado à corrupção
de parte das forças policiais a quem paga.
Menor P. - ou Astronauta - é tão
confiante que gostava de dar recados no baile. Numa das gravações que foram
parar no YouTube, ele pede a união de todos os moradores e reclama que a
polícia e o Diabo tentaram ‘ceifar sua vida’. E em seguida cita uma passagem
bíblica: “Eu sou que nem o Monte Sião, que não se abala nunca mas permaneço
para sempre”. O traficante encerra seu discurso demagogo pedindo gritos mais
altos dos presentes ao baile: “Quero ouvir toda a comunidade gritando, porque
quem manda na comunidade é vocês (sic), a gente só administra”.
Fonte: Ceará em Rede.