Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia
Federal em Brasília penduraram as algemas hoje (7), simbolicamente, em protesto
por melhores salários e condições de trabalho. Durante o ato, que reuniu cerca
de 200 policiais, eles criticaram o governo federal, em especial o Ministério
da Justiça, e marcaram uma paralisação de um dia para a próxima terça-feira
(11).
De acordo com presidente do Sindicato dos
Policiais Federais do Distrito Federal, Flávio Werneck, está havendo um
“boicote” do Ministério da Justiça - ao qual a Polícia Federal é ligada - a
agentes, escrivães e papiloscopistas, porque outras carreiras do órgão, como
peritos e delegados, vêm recebendo aumentos maiores.
Por sua vez, o presidente da Federação
Nacional dos Policiais Federal, Jones Leal, disse que o trabalho da Polícia
Federal no combate à corrupção está incomodando. "Estamos querendo chamar
a atenção da sociedade [para isso]".
Procurada, a assessoria do Ministério da
Justiça informou que questões salariais são de responsabilidade do Ministério
do Planejamento. Já a assessoria da Polícia Federal informou que não se
pronunciaria.
“A verdadeira operação tartaruga está sendo feita pelo
governo federal. Há oito anos apresentamos propostas ao Ministério da Justiça
para recomposição inflacionária e definição das atribuições, e até hoje não
tivemos uma resposta”, disse Werneck à Agência Brasil. O sindicato reclama que os
policiais federais não têm uma lei orgânica que reconheça as atribuições deles.
Werneck disse ainda que, restando quatro meses para o início
da Copa do Mundo, falta planejamento em relação à segurança. “Um exemplo são os
plantões no aeroporto de Brasília. Apenas três agentes fazem os plantões,
enquanto a necessidade é 18 a 20 policiais”, criticou.
Jones Leal, que preside a federação, disse
que, devido às más condições de trabalho e às perdas salariais, a Polícia
Federal se tornou um “trampolim” para outras carreiras e perdeu a capacidade de
fixar os concursados. “Hoje, gasta-se cerca de R$ 100 mil para formar um
policial e, em três ou quarto anos, ele deixa o órgão em busca de melhores
condições”, frisou.
Fonte:
Brasil
247.