Sem fantasia - Tudo muito bom, tudo muito bem,
Ciro Gomes tem o pavio curto, mesmo. É briguento, pode ser grosseiro, pode ser
desrespeitoso. Mas no episódio atual, em que afastou um cavalheiro com o braço
para não ser filmado, depois que este cavalheiro o ofendeu, Ciro Gomes não é
culpado: é vítima. Esse estilo debochado e agressivo de algumas pessoas com uma
câmera na mão não é jornalismo, não é descontração, não é ousadia: é apenas
falta de educação.
Lembremos: Ciro, secretário da
Saúde do Ceará, foi inaugurar uma Unidade de Pronto-Atendimento, UPA (aquilo
que, antes que tucanassem a linguagem política, chamávamos de pronto-socorro).
Aí se aproxima alguém com uma câmera na mão (repórter não era; talvez, mas isso
não ficou claro, mídia ninja) para entrevistá-lo e começa dizendo 'mais um que
faz parte da corja'. Ciro o afastou, então, e o assunto morreu - exceto na
Internet, onde vicejaram as críticas ao secretário. Ciro pode ter todos os
defeitos, mas não é obrigado a dar entrevista a alguém que já chega disposto a
ofendê-lo.
Um repórter pode ser corajoso,
pode não ter papas na língua, pode ser ousado, mas no mínimo precisa ter
educação.
Fonte: Sobral de Prima.