Deixar
mensagens na caixa postal ou fazer visitas inesperadas ao quarto de um colega
são coisas do passado. Questionada sobre qual a forma preferida de paquera
dentro da Vila Olímpica, a snowboarder americana Jamie Anderson revelou qual é
a estratégia favorita dos atletas nessa competição paralela aos Jogos de Sochi.
“O Tinder. Dentro da Vila, a coisa está em outro nível. São todos os atletas, é
hilário." Para quem não conhece, o Tinder é um aplicativo disponível para smartphones que
localiza perfis do Facebook num raio de 100 quilômetros dispostos a se
envolver, nem que seja por uma só noite.
Mas a declaração de Jamie vem com
nenhuma surpresa. O sexo fácil entre os atletas olímpicos talvez seja uma das
tradições mais antigas dos Jogos – não à toa, a organização dos Jogos de Sochi
reservou uma cota de 100.000 camisinhas para os visitantes ilustres, o que dá
uma média de 35 preservativos por atleta. Era de se esperar outra coisa? Jogam
num caldeirão uma boa pitada de tensão pela competição, um punhado de corpos
sensuais, no pico da forma física e deixam tudo ali curtindo num ambiente
hermeticamente fechado. Não precisa nem por álcool na mistura.
Da porta da vila dos atletas para
fora, porém, a conversa é bem diferente. O clima é bem menos efervescente, por
assim dizer. E tem gente colocando a culpa na falta de bebidas alcoólicas no
Parque Olímpico. Existe uma lei federal russa que impede a venda de bebidas
alcoólicas dentro de arenas esportivas, e uma regra local recente restringiu
sua comercialização num raio de 50 metros dos estádios. Cerveja, lá dentro, só
na versão sem álcool – ou dentro do cercadinho aquecido dedicado à família
olímpica (leia-se convidados de honra do Comitê Olímpico Internacional,
autoridades e papagaios de pirata em geral). Vodca, a mais tradicional
bebida russa, nem pensar.
A preocupação com o consumo de álcool
vai além do esporte na Rússia – afinal, o país é o quarto no
ranking das nações mais beberronas per capita (atrás apenas da Moldávia,
República Checa e Hungria), de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Mas
os organizadores também estão claramente tentando evitar cenas parecidas com as
dos Jogos de Vancouver, há quatro anos, onde a bebedeira bateu todos os
recordes mundiais. Na Olimpíada de Londres, o consumo de bebidas dentro dos
estádios era permitido, mas as garrafas de cerveja eram feitas de plástico –
uma delas, aliás, quase fez história ao ser arremessada na direção dos atletas
segundos antes da largada da prova dos 100 metros rasos por um fã inebriado.
Fonte: Veja.