Em um reconhecimento implícito de que os EUA espionaram
líderes de países amigos, o presidenteBarack Obamaanunciou
na última sexta, 17, que os serviços de inteligência americanos não vão mais
monitorar comunicações de chefes de Estado e governos aliados, a menos que
esteja em jogo um claro objetivo de segurança nacional. Segundo a assessoria do
Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff considerou a promessa "um
primeiro passo".
O anúncio foi uma resposta às revelações do ex-técnico da
Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden de que
os EUA monitoraram pelo menos 35 dirigentes estrangeiros, entre os quais a
presidente do Brasil e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Berlim disse
ontem que as promessas de Obama são "importantes para restabelecer a
confiança".
"Os líderes de nossos amigos e aliados merecem saber
que, se eu quiser saber o que eles pensam sobre um assunto, vou pegar o
telefone e ligar para eles, em vez de me valer de vigilância", declarou
Obama no discurso sobre as reformas na atuação da NSA. Ele ressaltou que a NSA
não deixará de coletar informações sobre as "intenções" de outros
governos, da "mesma maneira" que serviços de inteligência de outros
países. "Não vamos nos desculpar simplesmente porque nossos serviços podem
ser mais eficazes."
A revelação da espionagem de chefes de Estado, de governo e
de cidadãos estrangeiros abalou o relacionamento dos EUA com países aliados,
colocando em risco a colaboração na área de inteligência e os negócios
bilionários de empresas de tecnologia americanas, fontes dos dados transmitidos
à NSA.
Em protesto contra a espionagem de suas comunicações, Dilma
cancelou a visita de Estado que faria a Washington em outubro e defendeu que as
companhias de tecnologia armazenassem dados de brasileiros em servidores
instalados no Brasil.
Obama disse ainda que os EUA aplicarão aos cidadãos
estrangeiros parte das garantias de privacidade desfrutadas por americanos, com
o estabelecimento de prazos para o armazenamento de informações e restrições
para sua utilização.
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Fonte: O Povo.