Nesta tarde foi enterrado em Crateús um herói do Ceará. Olhando para a postura pessoal, o SD Alcanfor inegavelmente deixa um exemplo de coragem e coerência com seus ideais.
Mas existem outros agravantes nessa história que chocou a família militar.
Alcanfor perdeu a vida por falta de assistência médica. Chegou ao Hospital de Nova Russas consciente, brincando até com a situação. Não havia condições, porém, de conter a hemorragia e ele segue rumo ao Hospital de Crateús, onde não conseguiu chegar com vida devido à perda de sangue.
Numa situação dessas, a Polícia Militar já havia sentenciado a vida de tantos Alcanfor. Como enfrentar os bandos fortemente armados, cinematograficamente planejados?
É a tal da tragédia anunciada, infelizmente. Efetivo reduzido nos destacamentos, que aumentou até agora apenas com bizu, coletes vencidos, armamento obsoleto, carga horária excessiva são dramas diários do policial militar cearense.
Os desafios não terminam aí. Nessa onda de ataque a bancos, o PM na rua precisa cumprir a ronda bancária no período da madrugada, ir, sim, para confronto direto com nossas .40 contra os fuzis, de acordo com a determinação dos comandantes. Corre-se o risco ainda de ser aberto um processo disciplinar a fim de apurar a conduta do policial por não ter evitado o ataque.
Temos uma instituição que manda seus homens para o suicídio, e quando estes morrem dizem que é da profissão, porém o comandante do CPI não vai para as ruas combater bandido.
Vá em paz, Alcanfor! Você é, foi e será um referencial para nossa luta continuar.
ACSMCE
