Brasil 247 - Ex-ministro
da Saúde do governo FHC, que se notabilizou pelos genéricos e pela quebra de
patentes da Aids, José Serra defende, pela primeira vez, o programa que pode
dar uma marca poderosa ao ministro Alexandre Padilha, do PT, que
enfrentará os tucanos em São Paulo em 2014; "Falar de crescimento com
qualidade é como defender a água encanada ou o Mais Médicos, tá todo mundo de
acordo"; em debate sobre os desafios da política econômica, nesta tarde, o
tucano fez críticas aos investimentos do País e ao baixo crescimento da
economia; "O crescimento acelerado é fundamental", disse.
Aspirante à vaga de candidato à Presidência da
República pelo PSDB, o ex-governador de São Paulo José Serra fez hoje uma
defesa importante. Pela primeira vez, falou positivamente sobre o programa Mais
Médicos, do governo federal, que deverá ser uma forte marca não apenas da
presidente Dilma Rousseff, mas principalmente do atual ministro da Saúde e
candidato ao governo paulista em 2014, Alexandre Padilha (PT).
"Falar de crescimento com qualidade é como defender a
água encanada ou o Mais Médicos, tá todo mundo de acordo", disse Serra,
que foi ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, se
notabilizando pelos genéricos e pela quebra de patentes de medicamentos contra
o vírus da Aids. O tucano participa, nesta tarde, de uma teleconferência
organizada pela consultoria GO Associados, transmitida pela internet.
Após a apresentação da palestra
"Tendências da conjuntura e desafios para a política econômica", o
evento foi aberto a perguntas, e Serra fez duras críticas aos investimentos
feitos pelo governo federal e ao baixo crescimento da economia. Há
"economistas bem formados, com muita qualidade, flertando com a tese de que
o crescimento não precisa ser tão rápido no Brasil", disse ele, rebatendo
em seguida: "Mas o crescimento acelerado é fundamental".
Ele também atacou o que considera a falta de
investimento nos transportes e classificou de "loucura" o projeto do
chamado 'trem-bala', trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro, São Paulo e
Campinas. "Tem que investir em metrô. Muitas cidades não têm e as cidades
que têm precisam de mais. Essa é uma fonte de investimento que eu prego há mais
de dez anos, mas que nunca se efetivou. São só grandes anúncios na agora
chamada 'mobilidade urbana'".
Serra acredita que a situação de quem assumir a presidência
em 2015 será "muito difícil", uma vez que há problemas como o
"crescimento do PIB medíocre", uma situação fiscal apertada e "déficit
em conta corrente elevado". "Esse quadro piorou um pouco nos últimos
dias, já tenho mais dúvidas a respeito do que pode acontecer no ano que
vem", avaliou.
Por outro lado, o tucano avalia que o emprego
tem se mostrado estável e a inflação, apesar de alta, não está sem controle.
Sobre a possibilidade de rebaixamento do rating do Brasil, Serra afirmou que as
agências de classificação de risco não são formadas por "pessoas
preparadas" e que é possível que esteja sendo dada uma "importância
exagerada" a isso.
Fonte: Brasil 247.