Brasil 247 - Competição
pode ser alvo de mais protestos no Brasil, mas a Fifa não deve ser
responsabilizada ou tornar-se bode expiatório, disse o secretário-geral da
federação, Jérôme Valcke, segundo quem a presença da imprensa internacional no
evento representa "uma plataforma fácil para expressar preocupações e
organizar manifestações".
Por Mark Gleeson
JOHANESBURGO, (Reuters) - A Copa do Mundo de 2014 pode ser
alvo de mais protestos no Brasil, mas a Fifa não deve ser responsabilizada ou
tornar-se bode expiatório, disse o secretário-geral da federação, Jérôme
Valcke, nesta terça-feira.
A grande presença da imprensa internacional
na Copa do Mundo representa "uma plataforma fácil para expressar
preocupações e organizar manifestações", disse Valcke.
"Acho que é muito fácil colocar a culpa
pelo que aconteceu nas ruas do Brasil em junho na Fifa ou na Copa do Mundo,
dizendo: 'Por que estão gastando tanto dinheiro com um torneio de futebol e não
gastam em outras coisas?'", acrescentou.
A Copa das Confederações, evento-teste do
Mundial realizado em junho em seis cidades brasileiras, foi marcada por
manifestações, que pegaram de surpresa tanto o governo brasileiro como os
organizadores.
Os protestos, que chegaram a atrair mais de
um milhão de manifestantes em várias cidades, usaram o torneio para reivindicar
melhorias nos setores sociais, entre outras demandas.
Muitos brasileiros estão indignados que o
país está gastando cerca de 14 bilhões de dólares em projetos relacionados à
Copa enquanto escolas, hospitais, estradas e segurança pública estão precisando
de investimento.
Seis mortes foram relatadas durante protestos
na Copa das Confederações, incluindo quatro pessoas que foram atropeladas por
veículos, uma que morreu em queda de um viaduto e outra por inalar gás
lacrimogêneo.
"É verdade que a Copa das Confederações,
como será possivelmente o caso da Copa do Mundo do ano que vem, é a plataforma
perfeita para manifestações. Haverá milhares de jornalistas cobrindo a Copa do
Mundo", disse Valcke a repórteres após reunião na África do Sul, país-sede
da Copa do Mundo de 2010.
"Eu diria que as manifestações no Brasil
também foram usadas no final por alguns, posso dizer, caras estúpidos que se
juntaram ao grupo e começaram a destruir coisas e enfrentar a polícia."
Valcke disse que a Fifa não deve ser alvo de manifestantes.
"A pergunta deve ser feita para as
pessoas nas ruas, o que eles estão pedindo? Eles estão pedindo mais
investimentos na educação, saúde pública, transporte público. Se você olhar
para o que a Copa do Mundo trouxe à África do Sul, fez uma grande
diferença", acrescentou.
Valcke é integrante do conselho de confiança
que supervisiona os gastos de 80 milhões de dólares do lucro da Copa de 2010.
Foi anunciado na segunda-feira que será gasto cerca de 5,8 milhões de dólares
em projetos aprovados no próximo ano, aproximadamente o mesmo valor gasto este
ano.
Fonte: Brasil 247.