Alexandre Cardoso de Magalhães também voltou a dizer que grupo era
encabeçado pelo ex-subsecretário da Receita, Ronilson Bezerra Rodrigues.
Em entrevista ao Fantástico da TV Globo,
o auditor Luiz Alexandre Cardoso de Magalhães, delator da máfia que fraudava
milhões de impostos da Prefeitura de São Paulo, contou neste domingo, 24, que
gastava parte do dinheiro desviado dos cofres públicos com noitadas e garotas
de programa. "Gastava de R$ 8 mil a R$ 10 mil por noite", disse o
auditor, que alugava um jato particular por R$ 6 mil para ir a Angra dos Reis,
onde tem lancha, a cada 15 dias.
"Cada um
(da quadrilha) tinha sua compulsão. A minha era sexo", disse Magalhães, na
primeira entrevista concedida por um dos suspeitos de integrar o grupo que
atuava nas fraudes - pelo menos R$ 500 milhões do Imposto Sobre Serviços (ISS)
foram pilhados dos cofres municipais, segundo o Ministério Público Estadual.
Magalhães afirmou que chegava às boates paulistanas de garotas de programa
às 16 horas e só saía às 6 horas. "Não tenho como bater na casa das moças
e pedir o dinheiro de volta", respondeu o auditor, ao ser questionado se
gostaria de poder devolver o dinheiro desviado da Prefeitura.
Ele também contou que as empresas envolvidas no esquema conheciam a fraude
e sabiam até quem seria o subsecretário de finanças, antes mesmo que o nome
fosse anunciado pela Prefeitura. "Quem queria participar já procurava a
gente. A construção civil sabia quem ia ser o chefe do setor antes mesmo de ser
nomeado", revelou Magalhães.
"Tinha obra que devia muito. Então, eles sugeriam já, eles já sabiam
como funcionava, já sugeria participar daquela situação", acrescentou
Magalhães. O auditor disse que as construtoras pagavam apenas a metade do que
deviam aos cofres públicos. E dessa metade, só uma pequena parte era recolhida
como imposto, já que o grupo dividia o resto como propina.
Ele também voltou a dizer que o grupo era encabeçado pelo ex-subsecretário
da Receita, Ronilson Bezerra Rodrigues. O auditor falou que o grupo recebia até
R$ 70 mil por semana. "Eram 70 (mil reais). Às vezes, eram 30 (mil reais).
Às vezes, 40 (mil reais)." Magalhães, porém, disse desconhecer o repasse
de recursos desviados da Prefeitura para políticos.
Fonte: MSN Estadão.