Um caso de compra e quebra de
mandatos na Câmara Municipal de Santa Quitéria, veio a público após quebra de
acordo entre o vereador Charles Padeiro e sua suplente Sandra Braga (PTB), que
denunciou que pagou para assumir durante quatro meses.
Segundo a suplente, o parlamentar
pediu licença do cargo após receber o pagamento em quatro cheques. De acordo
com a lei, o primeiro suplente do partido deve assumir o cargo na ausência do
titular. Mas, no dia 25 de outubro, Sandra soube que o vereador Charles havia
pedido o mandato de volta, de modo que ela estava automaticamente fora da
Câmara.
Revoltada, a suplente discursou
na Tribuna da Casa. “Você é um vereador corrupto. Sabe as provas que eu tenho
contra você. Você negociou com meu marido o meu mandato. Eu não lhe paguei, mas
meu marido lhe pagou e tem seu nome nos cheques. Seja homem, cumpra sua
palavra”.
Sandra acredita que sua saída
antecipada do cargo aconteceu por fazer oposição ao prefeito do município,
Fabiano Lobo (PMDB). “Eu prefiro sair. Entregar meu mandato ao dono do que
apoiar o prefeito. Ele tomou meu mandato, mas não tomou minha dignidade”.
A Sessão da Câmara Municipal de
Santa Quitéria, no último dia 25, chegou a ser suspensa temporariamente por
causa do acirramento entre os parlamentares. De acordo com o advogado
especialista em direito público, Maia Filho, o caso é grave e constitui crime
de corrupção, tipificado no código penal. A pena prevista para os envolvidos é
de seis a oito anos de prisão. Segundo ele, deve-se abrir um inquérito
policial, com participação do Ministério Público para investigar a denúncia.
Fonte: Sobral em Revista.