Meireles segue como o bairro mais caro de Fortaleza, mas Cocó e
Guararapes estão em crescente valorização.
Apesar de ter um amplo
mercado imobiliário à disposição, o consumidor de Fortaleza geralmente possui
algumas preferências na hora de procurar uma nova residência. Boa localização e
facilidade de acesso, por exemplo, são requisitos que costumam despertar o interesse
das pessoas, que tendem a buscar empreendimentos em bairros específicos. O
problema para os compradores é que essa alta demanda vem gerando uma crescente
valorização. Para se ter uma ideia, para adquirir um imóvel atualmente no
Meireles - considerado o bairro mais nobre da cidade - é necessário
desembolsar, em média, R$ 916.505.
O maior valor do metro quadrado no Meireles apontado pela pesquisa é de
R$ 7,05 mil, mas pode chegar a R$ 8,5 mil se considerados apenas os valores dos
lançamentos, que são raros.
O valor foi revelado pelo portal Agente Imóvel, que levou em conta os
preços anunciados para venda neste mês de outubro. O Meireles, como era de se
esperar, se manteve na 1ª colocação entre os bairros mais valorizados da Capital
cearense, com um metro quadrado (m²) médio avaliado em R$ 6.279. Um imóvel
naquela área, por exemplo, custa R$ 360,7 mil a mais do que uma residência na
Cidade dos Funcionários, décimo bairro mais caro da Capital.
Para o diretor de incorporações do Sindicato da Indústria da Construção
Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, a valorização do Meireles é uma
consequência da falta de terrenos no local. "Praticamente não existe mais
onde construir ali, o que reduz consideravelmente o número de lançamentos e
eleva os preços. A média é essa mesmo, mas esse indicador leva em conta imóveis
novos, seminovos, etc. Se olharmos apenas os valores dos lançamentos, que são
raros, esse valor provavelmente passaria para R$ 8,5 mil por metro
quadrado", diz.
Maiores valorizações
Apesar de continuar sendo o bairro mais caro de Fortaleza, o Meireles
não é o local que apresentou o maior aumento nos preços em outubro. Segundo o
estudo, o Cocó, com alta de 2,58% na comparação com setembro, foi quem mais se
destacou nesse aspecto. "É uma área que vem recebendo muitos lançamentos,
pois é uma das ´queridinhas´ da vez", afirma Dias. "É importante
também destacarmos a incrível valorização do Guararapes, que nos últimos três
anos praticamente dobrou o valor do seu metro quadrado", complementa.
Segundo o Agente Imóvel, R$ 5.592/m² e R$ 5.442/m² são, respectivamente, os
valores médios no Guararapes e Cocó, que completam o pódio dos bairros mais
caros. Para adquirir um imóvel nesses locais atualmente, é preciso desembolsar,
em média, R$ 772 mil e R$ 818 mil.
Outros bairros em alta
O levantamento do portal Agente Imóvel apurou, ao todo, os dez bairros
mais valorizados da Capital. Também bastante requisitada, a Aldeota apareceu na
quarta posição entre os mais caros, com um metro quadrado médio avaliado em R$
5.070. Fátima (R$ 4.794/m²), Dionísio Torres (R$ 4.749/m²) e Papicu (R$
4.279/m²) são locais que também estão em alta. Os bairros Engenheiro Luciano
Cavalcante, Cambeba e Cidade dos Funcionários completam o ranking.
Entre os dez bairros mais caros, apenas a Cidade dos Funcionários
apresentou retração no valor do metro quadrado (-1,94%), na comparação com
setembro. "Acredito que seja apenas uma ponta fora do eixo, já que
trata-se de um local em ampla expansão", afirma Dias.
Dormitórios interferem
Ainda de acordo com a apuração, o número de dormitórios é fator
preponderante no preço dos imóveis. O que é curioso, porém, é que em certos
bairros o valor do metro quadrado em empreendimentos com apenas um quarto é
maior do que aqueles com mais cômodos. "Residências com apenas um quarto
são raras e os custos de construção são os mesmos. Daí o preço".
Fonte:
Diário do Nordeste.