Vágner e Catanha
afirmam terem sido procurados por empresários para comprar vaga na Seleção
Brasileira.
A polêmica sobre antigas convocações para a Seleção Brasileiraestá ganhando novos capítulos. Os ex-jogadores
Vágner e Catanha afirmaram terem sido procurados por empresários que desejavam
vender a eles uma convocação no início de 2000, fomentando a declaração feita
em abril por Luciano Bivar, atual presidente do Sport, sobre a entrada do
volante Leomar para o time nacional em 2001.
O ex-atacante Catanha revelou, em entrevista ao UOL
Esporte, que foi oferecida
a ele uma vaga na seleção brasileira em troca do pagamento de uma quantia entre
US$ 20 mil e US$ 30 mil para o empresário. Diferente de Leomar, que acabou
sendo chamado por Emerson Leão na ocasião, Catanha recusou a proposta e acabou
por atuar pelo time espanhol em 2000, após ser naturalizado. Ele afirma não
saber se Vanderlei Luxemburgo, técnico da seleção na época do contato dos
lobistas, sabia ou não da proposta feita pelos empresários, dos quais diz não
lembrar o nome.
Além disso, Catanha declarou que a mesma situação aconteceu
com o seu ex-companheiro de Celta, Vágner. O meio-campista, campeão da
Libertadores de 1998 com o Vasco e do Paulistão de 2000 com o São Paulo,
explicou que a abordagem aconteceu quando ele jogava pelo São Paulo, em 2000,
pouco antes de se transferir para o Celta.
Ele diz que foi pedido a ele R$ 80 mil para ser convocado
para a seleção de Luxemburgo. A negociação não se concretizou, e Vágner afirmou
não ter conhecimento se o treinador sabia da investida. Posteriormente, o
volante foi convocado por Leão para a disputa da Copa das Confederações de 2001
- a mesma competição que foi disputada por Leomar. Segundo o jogador,
entretanto, ser chamado para aquela competição não teve relação com a ação dos
lobistas.
Emerson Leão, questionado sobre as convocações compradas, não
quis se envolver na polêmica e afirmou que não sabe de nada sobre as
negociações, os empresários ou os jogadores envolvidos no caso.
Já Luciano Bivar não fez alarido entorno das declarações de
Catanha e Vágner, usando o argumento de que alguns jogadores são alvos fáceis
de empresários oportunistas. "A grande maioria [das propostas], 99% é papo
furado. Eu tenho 69 anos, isso acontece em qualquer grande clube. Quando eu era
novo era muito comum, hoje ninguém mais tem coragem de fazer estas
ofertas", afirmou Luciano ao UOL Esporte.
Fonte: Esporte
Interativo.