"Não vaiamos médicos cubanos, vaiamos quem estava com eles",
disse José Maria Pontes, presidente do SIMEC.
O
presidente doSindicato dos Médicos do Ceará(simec), José Maria Pontes, afirmou, nesta
terça-feira, 27, que a categoria não vaiou os médicos cubanos. A vaia
aconteceu na noite da segunda-feira, 26, quando o grupo de cubanos deixava a
Escola de Saúde Pública do Estado, onde passa por treinamento.
“Na realidade ninguém vaiou médico
cubano, nós vaiamos quem estava com eles, eles não têm culpa, só que não dava
para não misturar se estava todo mundo junto. A vaia na verdade foi para
aquelas pessoas que tiveram a ideia absurda de trazer esses médicos para cá,
inclusive com trabalho escravo sem nenhum compromisso a não ser com o
compromisso ideológico do partido dos trabalhadores”, disse José Maria.
O presidente destacou ainda
relação eleitoreira no programa “Mais Médicos” do Governo Federal. “Quando o
povo foi à rua o povo pediu mais saúde, não pediu mais médico. Mais saúde ela
(Dilma) podia dar aqui, no Brasil, com os nossos profissionais”, criticou.
Ação no STF
José Maria Pontes viajou para
Brasília onde, ao lado de outros dirigentes de entidades médicas, dará entrada
em ação direta de inconstitucionalidade contra o Programa Mais Médicos, junto
ao Supremo Tribunal Federal. “É viável, depende das mãos em que vão cair. Se cair
nas mãos de alguém que a gente sabe que é compromissado com o governo, claro
que a gente sabe que não vai sair do lugar”, pontuou.
Manifestação
Sob gritos de "escravos” e
“incompetentes”, um grupo de 96 médicos estrangeiros inscritos no Mais Médicos
foi hostilizado, durante a noite de segunda-feira, 26, em um protesto
organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) em frente à Escola de
Saúde Pública, no bairro Meireles. Os profissionais estrangeiros - entre eles,
79 cubanos - participavam de uma solenidade de acolhimento organizada pelo
Ministério da Saúde (MS).
"Isso é uma palhaçada.
Como se aprende medicina, português e legislação do SUS (Sistema Único de
Saúde) em três semanas?", comentou o presidente do Simec, José Maria
Pontes. De acordo com o médico, o protesto não foi contra a vinda de médicos
estrangeiros, mas a favor da aplicação do Exame Nacional de Revalidação de
Diplomas Médicos (Revalida). "Como eles vão exercer a medicina sem
comprovante da prática médica?", indagou.
Fonte: O Povo.