Brasília – O Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (Acnur) advertiram hoje (23) que já chegou a 1 milhão o número de
crianças que deixaram a Síria em busca de ajuda em outros países, na tentativa
de fugir da crise que atinge a região há dois anos e cinco meses. Pelos dados
preliminares, mais de 740 mil crianças têm menos de 11 anos de idade.
“Essa
milionésima criança refugiada não é apenas mais um número”, disse o diretor
executivo do Unicef, Anthony Lake. “Trata-se de uma criança com nome e
rosto, que foi arrancada de casa, talvez até de uma família, enfrentando
horrores difíceis de imaginar.”
O
Acnur e o Unicef estimam que mais de 2 milhões de crianças estejam deslocadas
internamente no interior do país. Associada à questão, há ainda dados sobre o
elevado número de crianças e adolescentes mortos na Síria. O cálculo é que
cerca de 7 mil crianças e adolescentes foram mortos desde o início do conflito
em março de 2011.
Em
comunicado conjunto, as duas agências das Nações Unidas indicaram que muitas
crianças refugiadas estão no Líbano, na Turquia, no Iraque e no Egito – países
vizinhos à Síria, que falam árabe e são também de maioria muçulmana.
De
acordo com especialistas, as crianças apresentam sintomas de estresse, revolta
física, medo e trauma. As agências advertem que essas crianças correm
riscos, como o trabalho infantil, o casamento precoce e a ameaça de exploração
e tráfico sexual.
“O
que está em risco é nada menos do que a sobrevivência e o bem-estar de uma
geração de inocentes”, disse o alto comissário do Acnur, António Guterres. “Os
jovens da Síria perdem suas casas, membros da família e o futuro. Mesmo depois
de atravessar uma fronteira em busca de segurança, continuam traumatizados,
deprimidos e a precisar de uma razão para ter esperança.”
Fonte:
Jornal
do Brasil.













