Cerca de 20 jovens estão acampados desde a madrugada de sábado (3) em
frente ao Palácio dos Bandeirantes, no bairro Morumbi,
sede do governo estadual, onde reside o governador Geraldo Alckmin. Eles
chegaram ao local por volta da 1h, após participarem de um protesto na região
da Avenida Paulista na noite de sexta-feira (2). O grupo diz que não pretende
deixar a área até que as reivindicações apresentadas sejam atendidas.
Eles pedem a criação de uma comissão
parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a recente denúncia de formação
de cartel nas licitações do metrô e trem de São Paulo. Os manifestantes querem
também a desmilitarização da polícia e a responsabilização do governo estadual
em casos de violações de direitos humanos, entre eles a reintegração de posse
da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, e do Massacre do Carandiru.
Os manifestantes informaram que não
houve confronto com a polícia que faz a guarda do palácio e que a situação é
tranquila. "Eles pediram para a gente mudar de lado da rua e, que se a gente não mudasse,
poderiam usar da força", disse um dos jovens, que não quis se identificar.
Ele criticou, no entanto, que, no lado contrário à portaria, eles ficam mais
expostos aos carros e sujeitos a acidentes. "Até porque não tem nenhum
agente de trânsito aqui".
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), um dos jovens que fazia
parte do acampamento, um técnico em informática de 23 anos, foi detido no
início da manhã de hoje e levado para o 89º Distrito Policial, no bairro Jardim
Taboão. O boletim de ocorrência informa que ele foi pego por policiais
militares "quando tentava fugir em um ônibus" após pichar o Portão 2 da
sede do governo.
O jovem foi indiciado por danos ao
patrimônio público e o delegado considerou também a conduta de causar tumulto
em meio a manifestação pacífica por meio de atos de vandalismo. Foi definida
fiança no valor de R$ 5 mil. A secretaria não informou se, até as 16h30, o
manifestante havia sido liberado.
Os demais integrantes do protesto
criticaram a prisão do técnico em informática e disseram que ele foi detido
quando se deslocava para sua casa. "Ele foi abordado dentro de um ônibus.
Quem está aqui agora está com medo de sair e ser surpreendido pela
polícia", disse um dos manifestantes, que também pediu para não ser
identificado.
Fonte: Jornal do Brasil.