Após uma série de manifestações contra o corte de 40% do piso
salarial dos professores do município de Juazeiro do Norte, na Região do
Cariri, a Prefeitura decidiu ouvir a voz das ruas e recuou da decisão.
Nos próximos dias, uma nova
proposta de lei será encaminhada à Câmara Municipal. Ainda esta semana, será
convocada uma sessão extraordinária para discussão da proposta.
O líder da bancada do
prefeito Raimundo Macedo, vereador Sargento Nivaldo (DEM), disse que a bancada
vai manter a posição de coerência. “Vamos analisar e votar no que seja melhor
para os professores”, disse Nivaldo, ressaltando que se houve acordo é porque
há o reconhecimento da necessidade de mudança do projeto.
O vereador Cláudio Luz
(PT), único da oposição e que votou contra as alterações, disse que o novo
projeto coloca os vereadores em uma “tremenda saia justa”. Para ele, os
vereadores se expuseram ao votar um projeto ruim e, agora, vão ter que mudar a
opinião. “Isso cria uma contradição, mas, de qualquer forma, o prefeito tem que
mandar urgentemente o projeto para a Câmara".
O vereador Gledson Bezerra
(PTB), também contrário ao projeto aprovado pela Câmara, disse ver com bons
olhos a decisão pelo acordo, mediado pelo Ministério Público. Para ele, a
reviravolta está acontecendo em resposta ao que as ruas estão cobrando através
da voz popular. “Esse projeto jamais poderia ter sido aprovado da maneira que foi.
Faltou, justamente, o que aconteceu com intermédio do MP, uma ampla discussão,”
disse Gledson, destacando a máxima do “antes tarde do que nunca”.
O vereador João Borges
(PRTB), que se retirou da sessão que aprovou o PL, disse que já havia
solicitado, por meio de ofício enviado ao prefeito e as secretarias envolvidas,
a ampliação das discussões, o que não aconteceu e acabou proporcionando toda
essa situação. “Ainda bem que prefeitura e sindicato chegaram a um denominador
comum, e que seja o melhor para os professores”, disse João Borges.
A presidente do Sindicato
dos Servidores Municipais (Sisemjun), Mazé dos Santos, disse que essa foi uma
conquista dos trabalhadores e da sociedade, mas a vitória só estará completa
após a votação na Câmara do novo projeto. “O estado de greve continua até o
cumprimento total do acordo, quando forem revogados esses pontos,” disse.
Durante o mês de julho, os
professores tiram férias e, por isso, não haverá prejuízos aos alunos. O
projeto já foi sancionado e deve ser publicado pelo prefeito. Após isso, a
prefeitura vai enviar novo projeto à Câmara, pedindo a revogação de pontos que
apontavam perda de direitos e diminuição de salários da categoria.
* Com informações do Jornal do Cariri.
Fonte: Ceará News 7.