Havia
suspeitas de que a aeronave transportava o ex-analista da Agência de
Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden.
O governo
brasileiro expressou, nessa quarta-feira (3), sua indignação e repúdio ao
constrangimento imposto ao presidente Evo Morales por alguns países europeus
que impediram o sobrevoo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo,
depois de haver autorizado seu trânsito.
Segundo uma nota oficial da presidente Dilma Rousseff,
"é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas
civilizadas de convivência entre as nações"
— O constrangimento ao presidente Morales atinge não só à Bolívia,
mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e
possíveis negociações entre eles.
A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) irá realizar uma
reunião ministerial para discutir o assunto, disse um porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores brasileiro.
O encontro deve
ser realizado em Lima, capital do Peru. E uma cúpula presidencial também será
realizada em Cochabamba, na Bolívia, em uma data ainda a ser decidida, afirmou
o porta-voz.
O avião de Morales foi obrigado a pousar na Áustria depois
que França e Portugal fecharam abruptamente seu espaço aéreo por suspeitas de
que a aeronave estivesse transportando o ex-analista da Agência de Segurança
Nacional (NSA) Edward Snowden.
Várias horas depois, os países voltaram a conceder a
permissão ao avião presidencial boliviano, que permaneceu em Viena até receber
a autorização espanhola, na manhã de hoje.
No entanto, o presidente francês, François Hollande, declarou
que havia autorizado imediatamente que o avião presidencial da Bolívia
sobrevoasse a França assim que soube que o presidente Evo Morales estava a
bordo.
"Houve informações contraditórias sobre os passageiros
que estavam a bordo", disse Hollande. "Quando soube que se tratava do
avião do presidente boliviano, autorizei imediatamente o sobrevoo" do
território francês, completou.
Já Morales reagiu com indignação ao comentar o incidente no
aeroporto da capital austríaca.
"Isto foi quase um sequestro de 13 horas que permitiu
que os governos de França, Itália, Portugal e Espanha pudessem revisar um erro
histórico", disse.
Fonte: R7