Texto
proibia ainda nepotismo na chapa e estabelecia eleição direta para suplência.
O plenário do
Senado Federal não aprovou, nesta terça-feira (9), texto que propunha alteração
na Constituição Federal, reduzindo de dois para um o número de suplentes de
senadores.
A
PEC 37/2011, de autoria do senador José Sarney (PMDB-AP), proibia também qualquer
tipo de relação de nepotismo na chapa de senador. Pela proposta, cônjuge e
parentes consanguíneos, até segundo grau ou por adoção, não podem ser
suplentes.
Junto
com a proposta de Sarney, os senadores também apreciaram a PEC 55/2007, do
senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que estabelece eleições diretas para os
suplentes de candidatos ao Senado.
A
sugestão era de que os suplentes também fossem escolhidos de forma direta pela
população durante as eleições, e não eleitos automaticamente junto com o senador,
como acontece atualmente.
Suplicy, em seu discurso na
tribuna do Senado para defender a PEC, lembrou as manifestações populares que
tomaram conta das principais cidades do País no mês passado. Para ele,
estabelecer eleições direta para suplentes é uma forma de aumentar a
representatividade do povo.
— A população quer mudança de estrutura, de postura política,
de tudo que não respeita a grandiosidade do nosso povo. [...] Vamos tomar as
boas ideias das ruas propostas. O eleitor deve ter o direto de escolher quem
será o seu representante.
Mas o senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi um dos que se
posicionaram contra o projeto. Segundo ele, a proposta tira do povo a opção de
escolher se quer ou não a esposa ou o irmão do senador com suplente.
Para
o parlamentar, a votação é uma reação “irracional” do Senado ao grito das ruas.
— Mulher não pode, mas namorada pode? Financiador de campanha
pode? [...] Fica aqui o meu conselho: não case com a sua mulher e não registre
o seu filho.
Casos recentes
Um dos casos mais recentes em que o suplente precisou assumir
o mandato do senador titular foi o do substituto de Demóstenes Torres.
O ex-senador goiano foi cassado pelo plenário do Senado em
julho do ano passado, acusado de participação no esquema de jogos ilegais do
bicheiro Carlos Cachoeira.
No lugar dele, assumiu o primeiro suplente, Wilder Morais
(DEM-GO). Ele, que é um bem sucedido empresário em Goiás, foi o primeiro marido
de Andressa Mendonça, atual mulher de Cachoeira.
Fonte: R7.