terça-feira, 30 de julho de 2013

CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DE JOAQUINA MENDES FERREIRA (FUNDADORA DE TAPERUABA – ANTIGA SANTA MARIA)

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JOAQUINA MENDES FERREIRA
(FUNDADORA DE TAPERUABA – ANTIGA SANTA MARIA)

Resumo Biográfico.


Filha de Francisco Mendes Ferreira (Chico Mendes) e de Delfina Frederico Mendes.
Joaquina era casada com Silvino Mendes Ferreira. O casal teve apenas um filho que se chamava Antonio Silvino Filho, que se casou com Raimunda Pereira Matos e tiveram os seguintes filhos: Silvino Neto, Aprígio, Águida, Alice, Adelina, Adelaide, Ana (Nana) e Onézio.

Na virada do século XIX para o século XX muitos membros da família Mendes (originária da zona norte: sertão e litoral norte do Estado do Ceará), somando-se a milhares de nordestinos que fugiam dos efeitos de uma terrível seca que assolava o nosso estado, desbravaram a Floresta Amazônica, atraídos por incentivos do governo do Amazonas para trabalhar no Ciclo da Borracha. Foram se estabelecer no território acreano, após navegarem os rios Purus e Acre, tendo passado por Manaus se estabeleceram numa comunidade seringueira chamada Xapuri, hoje importante município do Estado do Acre. Ali tiveram que se adaptar a um meio ambiente totalmente diferente daquele que deixaram para trás. Enquanto que aqui a região era quente, seca e descampada, a Amazônia era úmida, escura e fechada – uma selva de insetos peçonhentos, animais ferozes e população nativa indígena nem sempre cordial. Todo o aspecto daquela vida representava, então, um novo desafio.
Consta nos registros da história da saga dessa brava gente que inúmeras situações adversas contribuíram para dizimar a vida de muitos desses nordestinos: a dependência ao sistema patronal que escravizava os trabalhadores da borracha, a miséria e doenças que se propagavam a olhos vistos (a malária foi a principal delas). Além do mais não havia nenhuma assistência do poder público para coibir essa terrível situação. Os Mendes que  foram para essa região foram quase todos dizimados, sendo que os que sobreviveram e ali ficaram constituíram famílias e fizeram história. E o caso dos avós de Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes – líder seringueiro e sindicalista de fama internacional, assassinado no dia 22 de dezembro de 1988, por pistoleiros que serviam aos fazendeiros Darly (pai) e Darcy (filho) que já devastavam a Amazônia para a pecuária extensiva que se sentiam incomodados com a luta ambiental de Chico Mendes.
Diferente da situação de muitos conterrâneos, uma cearense de nome JOAQUINA MENDES FERREIRA, conseguiu fazer certa fortuna por lá, mas depois de ver muitos de seus parentes e conterrâneos terem suas vidas ceifadas por motivos diversos, teve a sorte de fazer o caminho de volta, juntamente com um irmão. Com uma elevada soma em dinheiro que trouxe Joaquina comprou todas essas terras que hoje constitui o Distrito de Taperuaba. Sua fazenda se chamava Santa Maria e tinha a Casa-sede na localidade hoje chamada Loquinha - Bairro Meton Torres Vasconcelos. Construída nos fins de 1800 e desmoronada em 1968.
Consta que Joaquina Mendes Ferreira era muito católica e devota de Nossa Senhora da Conceição e todos os anos, no mês de maio, festejava o mês mariano juntamente com familiares e vizinhos, com novenas em homenagem a essa santa. Rezavam e entoavam hinos à Rainha do Céu.
Em 1910 aconteceu passar por aqui um senhor chamado Raimundo de Barros, que vinha de muda para o Maranhão com sua família, resolveu demorar-se enquanto estiava o inverno e se hospedaram na casa de Joaquina Mendes. Esse senhor também era devoto da Virgem Maria e possuía folhetos marianos. A convite de Joaquina se somou aos demais católicos para também venerar Nossa Senhora da Conceição, nas novenas. Com isso os habitantes das fazendas vizinhas também vinham se somar aos demais na celebração dessas novenas, atraídos pelo espírito religioso e para ouvir aquele homem que juntamente com sua filha liam e cantavam tão bem. No dia da última novena houve um animado leilão, o primeiro realizado em Santa Maria (hoje Taperuaba). As prendas eram basicamente queijos, legumes, caixas de segredos enfeitadas de papel de seda que o Sr. Raimundo de Barros levava consigo. O leiloeiro foi o Sr. Frederico Auto Correia, que mais tarde exerceu a função de Escrivão do Cartório de Santa Maria. A renda do referido leilão somou 15.400$ (quinze mil e quatrocentos réis) que foi uma fabulosa quantia e muito bem comentada por todos.
No dia seguinte o Sr. Raimundo de Barros em companhia do Sr. Antonio Paes foram se reunir com Dona Joaquina, onde propuseram que com o dinheiro arrecadado nessa promoção religiosa fosse construída uma capela em homenagem à Nossa Senhora da Conceição. Num segundo momento houve uma reunião maior, com essa mesma finalidade, onde participaram os seguintes senhores: Antonio Joaquim de Ávila Bastos, José Joaquim de Ávila Bastos, Euphasino Teixeira Bastos, Antonio Silvino Cunha, Francisco Mendes Ferreira, Agostinho Pinto de Mesquita, Antonio Diogo de Siqueira, Joaquim Mendes Ferreira, Francisco Neves de Sousa, João Antonio do Nascimento, Antonio Pereira de Matos, Frederico Auto Correia e Firmino Magalhães. Nessa reunião ficou decidido que Dona Joaquina Mendes Ferreira doaria 100 braças de terra de sua propriedade onde seria construída a igrejinha e o restante seria terras para a paróquia.
Foi escolhida uma comissão, que à presença do Cura de Aracatiaçu vigário de Itapajé, Monsenhor Catão Porfírio Sampaio, obteve deste a permissão desejada. Assim foi lançada a pedra fundamental e logo começada a construção com ajuda dos senhores citados anteriormente e de muitos fiéis, se destacando a esmola de Dona Nana Figueiredo que doou toda a cal necessária.
No dia 11 de novembro de 1912, foi benta a Igrejinha pelo padre Catão e celebrada a 1ª Missa e nessa ocasião foi determinada pela autoridade eclesiástica que a padroeira ficaria sendo Nossa Senhora do Carmo, pois não poderia ser Nossa Senhora da Conceição, porque na Comunidade de Juá, bem próxima daqui já existia uma padroeira com esse nome.

Fonte: Maria Mendes Pereira e Francisco Agenor Almeida Mendes.

Postado com autorização do autor deste resumo biográfico: Professor Francisco Agenor Almeida Mendes.







Boa viagem pela a Bela e Rica História de Taperuaba. (Ribamar Ramos – 29 de julho de 2013).
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