Governo de Barack Obama está
repensando sua oposição a armar os rebeldes que travam uma guerra civil com o
regime sírio há mais de dois anos, disse nesta quinta-feira o secretário de
Defesa dos EUA, Chuck Hagel, tornando-se a primeira autoridade graduada
americana a publicamente reconhecer a possível mudança de estratégia.
Durante
uma coletiva no Pentágono com o secretário britânico da Defesa, Philip Hammond,
Hagel disse que armar os rebeldes era uma das opções que o governo está
considerando em consultas com seus aliados. Hagel acrescentou que ele,
pessoalmente, ainda não decidiu que se a medida seria sábia ou apropriada.
"Armar
os rebeldes - isso é uma opção", disse. "Você observa e repensa todas
as opções. Isso não significa que você faz isso ou fará. Não significa que o
presidente tenha tomado uma decisão."
Hammond
disse que seu país ainda estava atrelado ao embargo de armas da União Europeia
imposto sobre a Síria, mas afirmou que o Reino Unido voltaria à questão
novamente em algumas semanas, quando a proibição expirar, e tomaria uma decisão
com base na situação em campo.
Os comentários de Hagel afirmaram o
que tem sido um diálogo discreto, mas frequente , dentro do governo
Obama: o de que armar os rebeldes pode ser preferível em meio às crescentes
indicações de que o regime sírio usou armas químicas contra seu próprio
povo, uma ação que o presidente Obama caracterizou no ano passado como uma
" mudança de jogo " que teria "consequências
enormes".
Hagel
e Hammond também indicaram que provas mais fortes ainda eram necessárias para
oferecer a base legal para qualquer ação militar que possa ser adotada pelos
EUA ou seus aliados. Embora nenhum dos dois tenha detalhado as evidências já
coletadas em vários relatos de incidentes de armas químicas usadas pelo regime
de Bashar al-Assad, Hammond afirmou que o público ainda se lembra das alegações
de armas de destruição em massa no Iraque em 2003, que acabaram se revelando
falsas posteriormente.
Autoridades do governo americano
disseram na quarta que armar as forças de oposição era visto como mais provável
do que qualquer opção militar. Elas citaram impressões da Inteligência dos EUA
de que os rebeldes podem estar se distanciando da organização alinhada à Al-Qaeda no país .
Anteriormente, o medo era que as armas acabassem nas mãos de organizações
jihadistas vinculadas à rede terrorista ou mesmo fossem desviadas para o grupo
xiita libanês Hezbollah.
Na semana
passada, o governo anunciou que acreditava que Assad havia usado armas
químicas, com a ressalva de que as informações de inteligência sobre a questão
ainda não eram definitivas.Damasco negou as acusações .
Outras
opções militares sob discussão incluem criar uma zona de exclusão aérea sobre o
país ou uma limitada zona de segurança em que os sírios pudessem escapar da
violência. Há pouca vontade de pôr tropas terrestres americanas dentro da
Síria, cuja guerra civil de dois anos deixou estimados 70 mil mortos e centenas
de milhares de refugiados.
Fonte: Último Segundo.













