Por Brian Homewood
BERNA, 30 Abr (Reuters) - João Havelange renunciou ao cargo de presidente honorário da Fifa, enquanto Joseph Blatter foi inocentado de qualquer irregularidade no caso de suborno envolvendo a extinta parceira de marketing esportivo ISL, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pelo comitê de ética da Fifa.
O relatório descreveu como "moral e eticamente reprovável" o comportamento de Havelange na relação com a ISL, que era sócia da Fifa em ações de marketing, e faliu em 2001.
O mesmo texto, preparado por Hans-Joachim Eckert, chefe da câmara adjudicante do comitê, inocentou Blatter, então secretário-geral da Fifa, de irregularidades, mas acrescentou que a conduta do atual presidente da entidade foi "atrapalhada".
Um promotor suíço disse em um documento judicial divulgado em julho passado que Havelange, presidente da Fifa entre 1974 e 98, e o também brasileiro Ricardo Teixeira, ex-membro do comitê-executivo da Fifa, receberam milionários subornos da ISL para selar contratos relativos às Copas da década de 1990.
Teixeira, ex-genro de Havelange, renunciou ao comando da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, e também ao cargo na Fifa, no ano passado.
Segundo o relatório, Nicolás Leoz, que renunciou na semana passada à presidência da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) também recebeu "subornos" da ISL.
O parlamentar suíço Roland Buechel disse na época da divulgação dos documentos que a Fifa precisava investigar mais o envolvimento de Leoz no cargo. A entidade posteriormente estabeleceu o seu próprio inquérito, comandado pelo advogado norte-americano Michael Garcia.
"Está claro que Havelange e Teixeira, como autoridades do futebol, não deveriam ter aceitado nenhum suborno, e deveriam tê-lo devolvido, já que o dinheiro estava ligado à exploração de direitos de mídia", disse o relatório de Eckert.
Fonte: http://br.reuters.com