Nem só de
marchinhas, serpentina e fantasias se faz o Carnaval. Essa época do ano também
é conhecida pelos romances-relâmpagos de quem curte a festa na avenida ou em
blocos de rua. Além de ser divertida, a paquera faz parte da folia, mas o
problema é que os solteiros ficam mais expostos à mononucleose, também
conhecida como “a doença do beijo”.
O vírus, que é da mesma família do
herpes, apresenta sintomas que podem ser confundidos com uma gripe ou
resfriado, como dor de garganta, febre e gânglios inchados. O nome popular
surgiu com a forma de transmissão da doença, que acontece principalmente pelo
contato íntimo e troca de saliva.
“É uma doença benigna, mas pessoas
que têm leucemia, linfoma ou usam corticoides podem apresentar quadros mais
graves”, disse Marcos Antonio Cyrillo, diretor da Sociedade Brasileira de
Infectologia.
Com a ajuda de Cyrillo e de Bianca
Grassi de Miranda, infectologista do Hospital Samaritano de São Paulo, o Terra
tirou as principais dúvidas sobre a doença do beijo antes de você cair na
folia. Confira a seguir.
O que é a
mononucleose?
Mononucleose é uma doença causada
pelo vírus Epstein-Baar, do mesmo grupo do herpes. Ela é transmitida pela
saliva contaminada num contato íntimo entre as pessoas, por isso é conhecida
como “doença do beijo”.
A
transmissão acontece apenas pelo beijo?
Não necessariamente. De acordo com
Marcos Antonio, alguns casos raros também podem envolver uso do mesmo copo ou
talher, mas o beijo é a principal forma de transmissão. “É mais comum
pelo contato íntimo entre uma pessoa infectada e outra não”, disse.
Quais são
os sintomas da doença?
No início, a doença pode ser
confundida com a gripe. ”Muitas vezes (a mononucleose) é assintomática, ou
seja, a pessoa infectada não sente nada ou sente sintomas leves,
incaracterísticos. Mas pode causar febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo,
dor nas articulações, aumento dos gânglios da região do pescoço principalmente
e manchas na pele. O período de incubação pode durar entre 30 e 45 dias”,
explica Bianca. Em casos mais graves, geralmente para pacientes com imunidade
baixa, a doença pode causar complicações como anemia e meningite.
É
possível adquirir mononucleose mais de uma vez na vida?
Não. Depois de ser contaminado com a
mononucleose, o corpo produz anticorpos específicos para se defender da doença.
“O organismo combate o vírus, mas ele pode ficar no corpo durante muito tempo.
Por isso, se o paciente tiver imunidade baixa, os sintomas podem voltar”,
explica o diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
O
problema é mais comum em homens ou mulheres?
A transmissão do vírus é igualmente
comum para homens e mulheres, mas, de acordo com Bianca, a mononucleose é mais
frequente em crianças e adultos jovens, entre 15 e 25 anos.
Como é
feito o diagnóstico?
A partir do momento em que notar os
sintomas, o ideal é procurar um médico. O diagnóstico é clínico, associado a
exames de sangue. “Para confirmação laboratorial pode-se fazer a sorologia
(detecção de anticorpos do tipo IgM e IgG) ou até demonstração do DNA do vírus
por técnicas de biologia molecular (usado em casos muito específicos apenas)”,
detalha Bianca.
A doença
tem tratamento?
Não. O organismo combate sozinho a
mononucleose. “Depois de contaminado, o mais indicado é repousar até o
organismo se recuperar”, indica Cyrillo. O que pode ser feito é um tratamento
para aliviar os sintomas. “A doença é na imensa maioria dos casos autolimitada
e se resolve sozinha. Em alguns casos de acometimento das vias respiratórias o
uso de corticoides pode ser benéfico”, aconselha a infectologista do Hospital
Samaritano.
Quais são
as dicas para evitar o problema?
Como a doença é transmitida pelo
beijo, a principal dica para prevenção é evitar o contato com pessoas
infectadas. “Além de higienizar sempre as mãos, o mais indicado é evitar locais
com muita gente e o contato com pessoas com sintomas gripais - que pode ser a
mononucleose - , manchas na pele e dor de garganta”, disse Marcos Antonio.
Fonte: Expresso MT.