Dados pessoais dos ex-dirigentes petistas José Dirceu, José
Genoino e Delúbio Soares, condenados no mensalão, e do bicheiro Carlos Augusto
de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foram divulgados na internet nesta
terça-feira (8) por meio de endereços postados no microblog Twitter.
Em tom de protesto, as páginas contêm informações como número
de CPF, endereços, telefones e e-mails. Os dados dos petistas foram divulgados
entre a manhã e a tarde desta terça por usuários comumente conhecidos na rede
como "crackers", que invadem bancos de dados fechados de forma não
autorizada.
Na
mensagem com os dados de Dirceu, Delúbio e Genoino, há um link que redireciona
os internautas para uma página intitulada "Leaked and Exposed"
(vazado e exposto). Nela, há um texto em que se diz que, "como
prêmio" pela condenação, Genoino será remunerado com dinheiro público no
período em que ocupar o cargo na Câmara dos Deputados.
O autor da mensagem convoca ainda a população a ir às ruas
para protestar contra a posse do ex-presidente do PT no parlamento.
A página foi publicada cinco dias após Genoino tomar posse
para um novo mandato de deputado federal. Condenado a 6 anos e 11 meses de
prisão no julgamento do mensalão, o parlamentar assumiu na última quinta (3) a
cadeira do deputado Carlinhos Almeida, eleito para a prefeitura de São José dos
Campos, no interior paulista.
"O Brasil viveu um dos momentos mais constrangedores de
sua história, não apenas por assistir a posse na Câmara dos Deputados de um
corrupto e quadrilheiro condenado a seis anos e onze meses de prisão, mas pelo
fato dele ter sido aplaudido por boa parte dos parlamentares, entre eles todos
os petistas, como se fosse um herói nacional", diz a página na internet.
Tanto na mensagem publicada no Twitter quanto no site em que
expôs os dados dos petistas condenados no mensalão, há menção ao portal do
Palácio do Planalto. O invasor, contudo, não detalhou de onde obteve as
informações sobre Dirceu, Genoino e Delúbio.
Procuradas pelo G1,
as assessorias de imprensa do Planalto, do PT e do STF informaram que, até a
publicação desta reportagem, não haviam identificado nenhuma invasão aos seus
sites. A Presidência disse que só armazena informações relativas a presidentes
e ministros, de acordo com assessoria.
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que hospeda a página do
Planalto, afirmou que o portal do governo "se mantém protegido". De
acordo com a assessoria de imprensa do órgão, os dados técnicos descritos na
mensagem dos crackers não conferem com os recursos tecnológicos utilizados
pelo portal do Planalto.
"O Serpro assegura que as informações divulgadas não foram obtidas no
site, que é uma página de informações estáticas", informou assessoria do
Serpro.
Fonte: G1