Romão foi considerado culpado por
homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado.
Após cinco dias de julgamento, os jurados condenaram pouco antes da meia-noite deste sábado (23), no fórum de Contagem (MG), Luiz Henrique Romão, o Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos, pela morte de Eliza Samudio, amante do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza, desaparecida em junho de 2010.
Macarrão, ex-braço direito de
Bruno, foi considerado culpado pelos crimes de homicídio triplamente
qualificado,sequestro e cárcere privado de Eliza e seu
filho, Bruninho. Entretanto, os réus o absolveram da acusação de ocultação de
cadáver. Já a ex-amante do goleiro foi condenada pelos crimes de cárcere
privado e sequestro, mas poderá recorrer da sentença em liberdade. Fernanda
recorrerá da sentença em liberdade. Macarrão, no entanto, ficará em regime
fechado.
Os sete jurados, seis mulheres e um homem, entenderam que os
réus são culpados. Eles ouviram, por mais de nove horas, nesta sexta-feira, a
acusação e a defesa no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo
Horizonte.
O julgamento do goleiro Bruno foi adiado para 2013 após
mudanças em sua defesa. Ele destituiu seus advogados no início da semana e,
alegando pouco tempo para preparar uma nova defesa, a nova equipe conseguiu que
a juíza remarcasse o julgamento.
O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de
junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite
de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia
para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos.
Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o
reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia
recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois
amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em
Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia
foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do
atleta, então com 4 meses, estava lá. A então mulher do goleiro, Dayanne
Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No
entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa
de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi
encontrado.
Enquanto a polícia fazia
buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio
no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do
crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo
motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em
dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de
17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida
em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos,
conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os
restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem
considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão,
acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio
Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da
Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por
envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar
depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.
No dia 30 de julho, a Polícia
de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno
foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos
inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro,
Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público
concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e
tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em
depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação
no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo
indeterminado.
No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo
sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O
goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão
corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por
cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno,
Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio
triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de
cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular,
mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação
da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser
excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além
disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores. No dia 19 de
novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, macarrão,
Dayanne e Fernanda.
Fonte:
Jornal do Brasil.com