Na gestão, haverá mais parcerias entre Município e Estado. Na política,
objetivo é busca por conciliação. Resultado deve decidir futuro de Luizianne
Lins.
A vitória de Roberto Cláudio (PSB)
inicia um novo ciclo na política do Estado do Ceará. A começar pelo próprio
prefeito eleito que, jovem, tem a perspectiva de construir uma longa história,
a partir do comando da quinta capital do País. Isso, a maneira como será gerida
Fortaleza, uma cidade com todas as suas riquezas e pobrezas, irá dizer.
Simbolicamente,
Cid Gomes (PSB) é o maior vitorioso destas eleições. O governador, certamente,
já tem onde investir os louros da vitória. Com Roberto Cláudio na Prefeitura de
Fortaleza, abre-se uma grande e larga avenida, pavimentada e iluminada, para
Cid fazer o sucessor daqui a dois anos.
Parcerias
administrativas do governador com o pupilo político, agora prefeito eleito da
Capital, serão a marca da relação entre os Executivos Estadual e Municipal.
Essa expectativa deverá se concretizar no médio e longo prazos.
De imediato, há fogueiras políticas a apagar. A principal, com o ex-aliado PT. Principalmente, o setor mais ligado à atual prefeita Luizianne Lins (PT). A dirigente vai deixar a presidência do PT no Estado, como chegou a sugerir Cid, como condição para o diálogo ser retomado?
A resposta vai dizer muito da futura gestão Roberto Cláudio e dos últimos dois anos que restam a Cid como governador. Prefeita por mais dois meses e com mandato no partido até novembro, Luizianne deverá tentar levar o partido para a oposição, não só na Câmara Municipal, como também na Assembleia Legislativa.
No primeiro caso, onde o PT fez quatro vereadores, a primeira batalha deverá girar em torno da sucessão do atual presidente da Casa, Acrísio Sena (PT). Lá, Roberto Cláudio vai querer fazer o dirigente máximo e partir para um governo de coalizão.
Já no legislativo estadual, onde o
PT tem três deputados ocupando cargos no governo Cid – que não se afastaram nem
durante a campanha eleitoral -, a situação será muito mais desafiadora. Com que
discurso o trio petista, que nem sequer depende, eleitoralmente, da prefeita,
será oposicionista?
Principal responsável pela
articulação que lançou o nome do então desconhecido Elmano de Freitas,
Luizianne Lins terá pela frente a liderança do PT em um momento,
particularmente, norteador de seu próprio destino político. Qualquer manobra
que possa significar outra derrota, aquela que já surpreendeu o Brasil há
exatos oito anos, quando foi eleita em Fortaleza contra tudo e todos, a deixará
fragilizada politicamente.
Por outro lado, como é próprio de
vitoriosos, Roberto Cláudio enfatizou, nas primeiras declarações depois de
eleito, que buscará a reconciliação política. Ele foi na mesma linha de seu
mentor que, ainda antes da apuração dos votos, já pregava amistosidade,
independentemente do eleito.
Vem aí a
transição entre a gestão que caminha para o fim e a que começa, a partir de
janeiro. Será o marco zero para se perceber como se comportará a ainda prefeita
e como será a futura administração Roberto Cláudio.
Por último, uma observação.
Aprendendo com os acertos e, mais do que isso, com os erros
político-administrativos da atual gestão, a Cidade poderá ser bem cuidada. O
mais é consequência.
Fonte: O povo
Online.