quinta-feira, 13 de setembro de 2012

‘Avenida Brasil’ dá voltas em torno de si mesma

0

Nina (Débora Falabella), cansada de guerra: e a heroína não tem conta no banco? (Divulgação/Globo)
“Nem no golpe vocês inovaram”, disse Jorginho (Cauã Reymond) a Max (Marcello Novaes) no capítulo de ontem de Avenida Brasil, referindo-se ao assalto encomendado pelo malandro contra Nina (Débora Falabella), para arrancar-lhe uma herança de R$ 1 milhão.
Até o personagem mais confuso da novela percebeu que a trama, eletrizante e viciante até outro dia, repete-se na reta final e enquanto não pode resolver o drama principal, fermenta as histórias paralelas – daí os churrascos de Monalisa (Heloísa Périssé) na zona sul e as investigações de Tessália (Débora Nascimento) sobre carne de jacaré congelada.
Doido para saber o que há por trás dos segredos que movem a história e ver os confrontos mais esperados do núcleo principal, o telespectador se apressa em culpar o autor – nas redes sociais, João Emanuel Carneiro tem sido alvo dos piores xingamentos, ainda que a audiência se mantenha fiel, na casa dos 40 pontos. O julgamento, entretanto, não leva em conta o principal ingrediente que faz qualquer novela desandar: a quantidade exagerada de capítulos.
Adauto (Juliano Cazarré): razão ou sensibilidade? (Divulgação/Globo)
Avenida Brasil apresenta hoje seu 148º capítulo. Até o final, previsto para 20 de outubro, serão 180. Há tempos criticado, inclusive pelos próprios autores, o tamanho das novelas é justificado pelas emissoras com o argumento dos custos de produção altíssimos, que têm de ser diluídos. Mas, dessa forma, não há história que resista no ar sem uma enrolada aqui, um desmentido ali, um alarme falso acolá, que entram em cena com o objetivo primordial de não deixar a peteca cair. O processo quase sempre põe holofotes em personagens antes secundários e acaba apagando a luz de outros. Exemplos: Adauto (Juliano Cazarré), que ganhou um mistério em torno de sua pouca (ou seria muita?) inteligência, e Débora (Nathália Dill), que virou apenas ouvinte do bla-bla-blá da mãe, Verônica (Débora Bloch).
Não que a peteca de Avenida Brasil tenha caído, a novela é excelente e deve voltar ao ritmo acelerado em breve. Mas, a despeito do chororô de Tessália no ombro de Darkson (José Loreto), a gente quer saber mesmo qual é o passado da mãe Lucinda (Vera Holtz), com quem Tufão (Murilo Benicio) vai ficar e o que será de Nina e Carminha (Adriana Esteves). Abaixo, algumas derrapadas no melhor estilo “oi? oi? oi?”:
Saidinha de banco: Para alguém tão sorrateiro e esperto, Nina (Débora Falabella) se esbaldou no inverossímil ao sair de uma agência bancária, em pleno centro do Rio, com um milhão de reais debaixo do braço. Mas ela não tem conta no banco?, pergunta o telespectador, ainda mais desconfiado quando a heroína diz que as tais fotos que provam o caso entre Carminha (Adriana Esteves) e Max (Marcello Novaes) estão num cofre… no banco. Para atiçar ainda mais o noveleiro cri-cri, na cena anterior à sequência do assalto, o pessoal do Divino estrelou o merchandising de um dos maiores bancos do país. Para completar, por fim, ainda uma dúvida cruel: Nina não se lembra que o pai, Genésio (Tony Ramos), já foi vítima de um assalto semelhante no começo da novela?
Fotos comprometedoras: Está para começar uma verdadeira caça ao tesouro em torno das fotos que provam o caso entre Carminha e Max. Para se proteger, Nina teria deixado cópias com pessoas de sua confiança. Mas os diversos casos de celebridades que tiveram imagens comprometedoras divulgadas na vida real estão aí para provar que, na era digital, não há como esconder esse tipo de coisa. Na verdade, as fotos são irrelevantes para provar a ligação do casal de vilões que, a gente sabe, têm dois filhos – um exame de DNA e tchau, dona Carminha.
Tessália (Débora Nascimento) e Darkson (José Loreto): acorda, menina! (Divulgação/Globo)
Caso Leleco e Muricy: Já foi difícil aceitar que Leleco (Marcos Caruso) e Muricy (Eliane Giardini) tenham se agarrado naquela diminuta casa de praia sem que seus pares, Tessália (Débora Nascimento) e Adauto (Juliano Cazarré) se tocassem de nada – a temporada em Cabo Frio foi divertida e há de respeitar os limites da ficção, então,  tudo bem, é perdoável. Mas o caso parece esticado além do limite.  Quem pagou o pato foi Leleco, personagem muito bom no início mas que, agora, já virou um chato de galochas.
Zona norte X zona sul: Boa sacada no começo da trama, a oposição bem-humorada entre a autenticidade da zona norte  e a afetação da zona sul se desgastou tanto que agora parece quadro do Zorra Total. Nem o mais esculhambado dos suburbanos seria capaz de fazer um churrasco dentro da sala como a Monalisa vem fazendo. E, a propósito, o que ela ainda está fazendo na zona sul?
Fonte: Veja.com
Author Image

About Taperuaba Notícias
Soratemplates is a blogger resources site is a provider of high quality blogger template with premium looking layout and robust design