Houve um tempo em que era possível medir a popularidade virtual de uma pessoa - ou de uma empresa - através do número de seguidores ou amigos que ela tinha em suas redes sociais. Também houve um tempo em que se avaliava a influência desta pessoa na rede mundial de computadores a partir deste mesmo índice numérico. Isso foi nos primórdios da Web 2.0, antes que “camelôs virtuais” passassem a oferecer, à guisa de mercadoria, pacotes comerciais de seguidores, amigos e “Curtis”.
Hoje são inúmeros os sites que disponibilizam este tipo de serviço, digamos assim. E nunca foi tão simples inflar artificialmente um círculo de supostas amizades virtuais. Basta valer-se de um cartão de crédito, acessar estas “lojas online” de seguidores e escolher a quantidade que mais lhe apraz.
O site Compre Seguidores (www.comprarseguidores.com), por exemplo, oferece quatro tipos de pacotes. O mais simples disponibiliza um grupo de 1 mil seguidores no Twitter pelo preço de R$ 149,95. O prazo pedido para entrega da venda é de até dois dias.
O pacote mais caro é que oferta 100 mil seguidores: R$ 8.199,95. Para usufruir desta multidão em seu Twitter o cliente tem que esperar um prazo que varia de cinco a 25 dias. Os pacotes intermediários são os de 10 mil seguidores (R$ 999,95) e 50 mil seguidores (R$ 4.999,95).
O site aceita todos os cartões de crédito, chega a parcelar o pagamento e diz que comprar seguidores é “a melhor forma de conseguir retorno com o Twitter”.
Além disso, garante total confidencialidade. “Seu Twitter não será divulgado em nenhum momento. Garantimos sigilo absoluto do melhor serviço do mercado”, anuncia a página de entrada da loja de seguidores.
Um de seus concorrentes diretos é o BigFollow (www.bigfollow.net), que se define como um “aplicativo que conecta ao Twitter para ganhar seguidores” e que tem como diferencial a oferta de um plano gratuito, onde o usuário não precisa pagar para ganhar até 30 seguidores em curto espaço de tempo. Curiosamente, nas vezes em que O POVO tentou acessar o serviço grátis, foi direcionado à seguinte mensagem: “Ocorreu algum problema no sistema. É provável que apenas nossos planos VIP/Expresso estejam funcionando, contrate na página Serviços Premium”.
O tal plano VIP custa de R$ 750 (30 dias) a R$ 2.000 (90 dias) e promete uma “média de ganho além dos 20.000 seguidores no primeiro mês”.
O plano Expresso garante a adesão de 5 mil, 10 mil, 20 mil ou 50 mil seguidores de uma só vez. O mais barato sai por R$ 500 e o mais caro por R$ 1.800.
Assim como seu concorrente, o BigFollow também garante sigilo absoluto. Esta preocupação excessiva com a manutenção do anonimato do cliente deve-se ao fato de que a prática da compra/venda de seguidores nas redes sociais é execrada pelos usuários destas comunidades.
“Esta é uma prática tão condenável que as empresas que compram seguidores acabam denunciadas pela comunidade de usuários”, afirma o consultor de Marketing e Comunicação Digital Gabriel Ramalho (leia Bate-Pronto nesta página). “Os usuários de verdade repudiam empresas que fazem uso desse tipo de recurso”, arremata.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Ter milhares de seguidores nas redes sociais não significa ter relevância. Muito mais importante que a quantidade é a qualidade da interação. Isso, sim, pode ser traduzido como capacidade de influência no mundo virtual.
Via o Povo