Em
igual período de 2019, a Pasta contabilizou 63 CVLIs. O comparativo mostra que
houve aumento de 98% no índice.
A
onda de violência enfrentada no Ceará vem antes mesmo do decreto da quarentena.
Em fevereiro deste ano, segundo a Pasta, foram 456 mortes violentas. O pico dos CVLIs aconteceu
durante motim de policiais militares.
Fontes
ligadas ao setor de Inteligência da SSPDS já presumiam que mesmo após o dia 1º
de março, data do fim do motim, o recuo no número de assassinatos não
aconteceria de imediato. O sociólogo e coordenador do Laboratório de Estudos da
Violência (LEV), César Barreira, considera que é preciso olhar a longo prazo e
entender a incidência de uma série de fatores para o aumento de mortes
percebido nos últimos dias.
Análise
dos dados
Para
o especialista, a crescente da violência não é uma consequência direta da
quarentena: "O primeiro aspecto é que a tendência deste aumento começou a
aparecer ainda no mês de janeiro. Em fevereiro, teve o forte agravante do motim
e em março continuou a tendência. Em 2019, tivemos um decréscimo muito grande e
2020 vem com esse aumento. A questão das taxas de homicídio deve ser observada
a longo prazo, é uma tendência histórica", opinou o sociólogo.
Segundo
o secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, as polícias Militar
Civil vem se preparando e trabalhado para enfrentar o que pode acontecer neste
cenário de quarentena. O titular da SSPDS destaca que há números positivos em
meio ao isolamento social, como a queda dos índices de furto em todo o Ceará.
Um
levantamento da SSPDS mostra que comparado os períodos de 20 a 31 de março dos
anos de 2019 e 2020, neste ano, houve redução de 38% no índice de furtos.
"Muito se fala do risco da prática de saques e aí temos este dado sobre
furtos contra estabelecimentos comerciais. Os dados demonstram que não há esse
aumento de violência, esse aumento de criminalidade por conta das ações de
isolamento social", afirmou André Costa.
Sobre
as ações de combate à criminalidade, o secretário acrescentou que continuam a
análise dos dados de georeferenciamento, patrulhamento, investigações e uso da
tecnologia a favor da segurança pública estadual.
G1
-CE