Fortaleza
já tem 1.607 casos de dengue, chikungunya e zika confirmados em 2020. De acordo
com o coordenador da Vigilância em Saúde (COVIS) na Capital, Nélio Morais, as
arboviroses continuam a preocupar, ainda mais em um momento em que o Ceará vive
a pandemia causada pelo novo coronavírus.
"Estamos
vivendo um desafio mundial que é a pandemia do coronavírus. Não podemos nem
imaginar ter em Fortaleza uma situação parecida com a que já temos. Isso
transtornaria nossa rede de atendimento, que está focada nessa outra
doença", aponta Nélio.
O
monitoramento feito pela coordenadoria aponta mais casos em bairros como
Jangurussu, Conjunto Palmeiras e Messejana. Por meio de dados do Sistema de
Notificação de Agravos (Sinan), o coordenador afirma que é possível perceber
que a dengue começa a apresentar um padrão epidêmico.
Prevenção
Segundo
Nélio, é importante que as pessoas utilizem o tempo de isolamento para
inspecionar a casa e eliminar possíveis focos do Aedes Aegypti.
Sistemas
de acompanhamento dos casos notificados à vigilância epidemiológica são meios
utilizados para frear a contaminação pelas arboviroses, mesmo com portaria do
Ministério da Saúde que restringe algumas ações dos agentes de edemia neste
período de isolamento.
Dúvida no
autodiagnóstico
Para
Didio Theorga, 25, morador do bairro Messejana, o diagnóstico da dengue veio
dias após entrar em distanciamento social. O temor pela contaminação com o
coronavírus, o levou a aguardar alguns dias em casa para só depois iniciar um
tratamento baseado em hidratação e repouso.
"Os
primeiros sintomas que tive foram dores no corpo e cansaço. No segundo dia, eu
já não conseguia fazer quase nada pois ficava muito cansado e doído. No
terceiro dia, começaram a aparecer manchas vermelhas no corpo que ardiam e
coçavam, além da diarreia", relata.
A
persistência dos sintomas resultou na necessidade de confirmação. "Eu
sabia que estava doente, mas tinha medo de ir para o hospital, pela questão do
corona. Pesquisei os sintomas na internet, e vi que poderia muito ser dengue ou
Zika, o que me deixou mais "aliviado". Mesmo assim, fiquei
preocupado, então fui ao consultório do médico que me acompanha desde de
criança, ao chegar lá, ele descartou corona. Fiz um exame de sangue que
confirmou a dengue".
Segundo
Nélio Morais, as fortes dores causadas pelas arboviroses caracterizam alguns
dos motivos para que os infectados procurem o sistema de saúde. Além disso,
também conta que casos da dengue Tipo 2, responsável por casos mais severos da
doença, foram registrados em maioria na Regional VI, onde está localizada a
Messejana.
G1 CEARÁ