Foi
assinado o documento que encerra o motim dos policiais militares, na manhã
desta segunda-feira, 2, na Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), no Ministério
Público do Estado do Ceará (MPCE). A paralisação durou 13 dias e resultou na
criação de uma comissão para negociar o pleito da categoria e na autorização da
Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Ceará pelo Governo Federal. Marcada para às
9 horas desta manhã, a cerimônia para a assinatura do acordo só
começou por volta das 10h45min.
Participaram
da cerimônia: Erinaldo Dantas, presidente da OAB-CE; Elizabeth Chagas,
defensora pública geral do Estado do Ceará; Oscar Costa Filho, procurador da
República no Ceará; Evandro Leitão, deputado estadual do Ceará; Manuel
Pinheiro, procurador-geral de Justiça do Estado do Ceará; Juvêncio Viana,
representante do Executivo Estadual; Teodoro Silva Santos, desembargador e
representante do Judiciário; Coronel Cesário, representante do
Exército; Aginaldo de Oliveira, diretor da Força Nacional de Segurança
Pública; e Sargento Reginauro, vereador de Fortaleza.
"Estive
por diversas vezes com a comissão da OAB no (18º) Batalhão (da Polícia Militar)
e dou meu testemunho: os policiais não quiseram estar naquela situação. Eles
queriam tanto quanto a sociedade o mais rápido possível encerrar esse conflito",
afirmou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB-CE),
Erinaldo Dantas. "Esperamos que essa tenha sido a última paralisação dos
policiais militares do Estado do Ceará".
Para
o procurador-geral do Ceará, Oscar Costa Filho, é preciso que todas as
partes envolvidas no processo tenham consciência de que têm que ceder.
"Ninguém vai sair totalmente ganhando ou totalmente perdendo, não se trata
de vencedores ou perdedores", disse. A defensora pública geral do Estado
do Ceará, Elizabeth Chagas, afirmou que trouxe à mesa "sensibilidade
para dialogar, para ir ao Batalhão". Ela só entrou na negociação na
última sexta-feira, 28.
O
vereador Sargento Reginauro (sem partido), uma das lideranças do motim, diz que
a assinatura do termo é um marco para a categoria: "Nós não podemos
lembrar da Polícia e do Corpo de Bombeiros apenas quando se fazem ausentes, mas
todos os dias. Eles que garantem o funcionamento da sociedade. Esse é o
sentimento que aprovou esse acordo e nos faz estar aqui hoje, com esforço de
tentar chegar até onde podíamos para celebrar o acordo para essa
categoria".
O
parlamentar ainda comentou sobre os policiais militares que não fizeram parte
da maioria que aprovou o fim do motim. "Quando você celebra um acordo em
que uma parte considerável está pautado em compromissos que serão efetivados e
não em compromissos imediatos fica uma grande suspeição. Como isso já aconteceu
anteriormente, é muito difícil tirar isso da cabeça desses homens. Cabe agora a
cada um dos membros (da comissão) se empenhar para que isso seja efetivamente
cumprido".
"O
que eu peço a cada cearense que encontrar um policial e bombeiro militar na rua
é que faça um cumprimento de respeito", disse o procurador-geral de
Justiça do Estado do Ceará, Manuel Pinheiro. "Erros serão apurados mas
isso não pode manchar a imagem desses órgãos".
O POVO
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