Novo prognóstico diminui as chances de chuvas acima
da média no Ceará. Regiões dos rios Jaguaribe e Salgado são as mais
preocupantes
Nos próximos três meses, o Ceará tem 43% de chances
para que o volume de chuvas fique dentro da normalidade. O que significa ter
uma média de chuvas próxima de 482 milímetros (mm) na soma das precipitações de
março, abril e maio. Apesar da melhoria para esta categoria em relação ao
primeiro prognóstico, análise da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme) mostra preocupação com a escassez de chuvas nas regiões dos
açudes estratégicos para o abastecimento do Estado.
Dadas as temperaturas superficiais dos oceanos
Pacífico e Atlântico nas últimas três semanas, a condição não é ideal para o
posicionamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Assim, o principal
indutor de chuvas no Ceará tende a atuar mais ao Norte do Estado, explicou Eduardo
Sávio Martins, presidente da Funceme. As informações foram divulgadas na manhã
de ontem, durante reunião do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Ceará
(Conserh), em Fortaleza.
Enquanto as condições são de neutralidade nos
oceanos, há áreas de aquecimento anormal principalmente na bacia norte do
Atlântico. Em relação ao prognóstico divulgado para o primeiro trimestre de
chuvas (de fevereiro a abril), as chances de chuvas dentro da média subiram de
40% para 43%. Por outro lado, cresceram também as chances de chuvas abaixo da
média: de 30% para 37%. Agora, fica em apenas 20% o percentual que aponta
chuvas acima da média no Ceará.
Apesar dos números apresentados para todo o Estado,
a tendência é de que a quadra seja insuficiente nas bacias do Médio e Baixo
Jaguaribe, Salgado e Banabuiú, aponta Martins. Ele estima que a porção Norte do
Ceará pode receber chuvas acima da média, enquanto o Sudeste pode enfrentar
volumes inferiores à normal climatológica.
Maiores açudes
Para os trimestres diferentes, os modelos de
previsão permanecem basicamente nos mesmos padrões apresentados em janeiro.
Repete-se também a preocupação com a recarga dos reservatórios, pois as regiões
que tendem a ter chuvas abaixo da média são estratégicas para aportes do
Castanhão, do Orós e do Banabuiú. Reservas que estavam, até ontem, com 5,03%,
10,8% e 0,5%, respectivamente.
As ações e o gerenciamento das águas dependerão das
chuvas dos próximos meses. Principalmente de março e de abril, que historicamente
apresentam maior pluviometria, destacou João Lúcio Farias, presidente da
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Segundo Farias, o Governo
está em fase de estudos para a construção de 16 adutoras emergenciais em
cidades a serem selecionadas de acordo com a demanda hídrica. Em paralelo, a
perfuração de poços deve atender todas as regiões do Ceará.
Números
482 mm é a média histórica da soma das chuvas de
março, abril e maio. O esperado para este ano
43%
são as chances de o Estado ter chuvas dentro da
média histórica
THAÍS BRITO
Fonte:
O Povo