O
número de famílias com dívidas caiu 3,9% no ano passado, divulgou hoje (24) a
Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em
contrapartida, o número de famílias com contas ou dividas atrasadas
(inadimplentes) aumentou 18,4% em comparação a 2015. Os dados fazem parte da
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de 2016.
O
levantamento mostra que apesar da redução no número médio de famílias
endividadas em relação a 2015, os indicadores de inadimplência apresentaram
alta no período, principalmente no terceiro trimestre do ano. Com isso, a
parcela de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou em relação a 2015,
atingindo 23,6% do total.
Já
o número de famílias inadimplentes (que não tiveram condições de pagar suas
contas em atraso) alcançou 8,9% – um aumento de 25,2% em comparação com o ano
anterior.
Para
o economista da Confederação, Bruno Fernandes, tanto a queda do nível de
endividamento como o aumento da inadimplência “foram reflexos da retração da
economia doméstica em 2016”. Para ele, “a desaceleração do consumo, proveniente
da piora do mercado de trabalho e das altas taxas de juros, ocasionou maior
dificuldade às famílias para honrar os seus compromissos no período”.
Cartão de Crédito
A
pesquisa divulgada pela CNC constatou mais uma vez que, assim como nos anos
anteriores, o cartão de crédito foi o principal responsável pelo endividamento,
com a modalidade atingindo no ano passado 77,1% das famílias. O carnê vem em
segundo lugar, atingindo 15,4% das famílias e, em terceiro lugar, as dividas
contraídas por famílias para financiamento de carro, que chegam a 11,2% do
total.
Outro
dado importante, constatado pela pesquisa, foi o crescimento do crédito pessoal
entre os tipos de dividas mais citados, com 10,3% de participação,
“contrariando uma tendência de redução neste tipo de endividamento, que vinha
sendo observado nos últimos três anos”. No ano passado, por exemplo, a média
deste tipo de endividamento era de 9%.
A
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de 2016 constatou uma
piora na percepção das famílias em relação ao seu nível de endividamento,
embora a parcela média da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas
tenha permanecido estável em 30,6%.
Já
a média anual do percentual de entrevistados que relataram estar muito
endividados aumentou de 12,4% em 2015 para 14,3% em 2016.
A
Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic
Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são
coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de
18.000 consumidores.
(Agência
Brasil)