O ato aconteceu um dia após vazamento de áudio em que
Andrade Júnior chama grevistas de %u201Cpilantras%u201D. Greve foi decretada
ilegal pela Justiça
Em greve há oito dias, policiais civis se vestiram de preto e realizaram, ao
lado de familiares, passeata ontem à noite. Eles protestaram contra as
acusações de serem “pilantras” e a falta de negociação com o Governo do Ceará.
A categoria pede a saída de Andrade Júnior do comando da Delegacia Geral. A
greve foi decretada ilegal pela Justiça no dia 27 de setembro.
Cerca de mil pessoas, segundo a Polícia Militar,
caminharam da avenida Barão de Studart, em frente ao Palácio da Abolição — sede
do Governo do Estado, onde os policiais em greve estão acampados — até a
feirinha na avenida Beira Mar.
Os manifestantes carregaram um caixão,
representando a morte da Polícia Civil, além de velas, para “velar o cadáver”
da Segurança Pública, segundo eles. Crianças, filhas dos policiais, levaram
cartazes com os dizeres “Meu pai não é pilantra”, em protesto a áudio, vazado
nas redes sociais, em que Andrade Júnior, durante reunião com escrivães,
refere-se aos grevistas como “pilantras”.
“Nós rejeitamos sumariamente essa fala do delegado
geral e pedimos respeito aos trabalhadores da categoria. Lembramos que a
Polícia Civil não é dele, é do Estado, das pessoas”, apontou o presidente do
Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpol), Francisco Lucas de
Oliveira.
Ilegalidade
A greve foi decretada ilegal no
dia 27 de setembro. Os policiais civis argumentam que voltaram a trabalhar após
a decisão judicial e depois de receberem uma proposta de negociação. Eles se
reuniram com a controladora geral de Disciplina, Socorro França. “Nos foi
informado que a controladora teria carta branca para a negociação, mas, no dia
da reunião, ela não apresentou nenhuma proposta”, diz Lucas.
Ele argumenta que
uma nova greve foi deflagrada após esse episódio e que esta não é ilegal.
A Casa Civil contesta a informação e enviou ao O
POVO decisão judicial, do dia 28 de outubro, em que o juiz Luiz Evaldo
Gonçalves Leite reforça a aplicação de multa diária de R$ 5 mil para cada
dirigente do Sinpol e de R$ 1,5 mil para cada policial civil que continuar a
paralisação. Apenas duas delegacias funcionam na Capital: o 2º Distrito
Policial (Aldeota) e a Delegacia da Criança e do Adolescente.
Fonte: O Povo online