O governador do Ceará, Camilo Santana, se pronunciou na
manhã desta sexta-feira (24) após o anúncio da demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública
Sérgio Moro. Em uma rede social, Santana afirmou que mais graves que
a saída de Moro são os fatos alegados pelo ex-juiz.
O governador
publicou que o presidente quis interferir politicamente na Polícia Federal, o
que configura crime de responsabilidade.
"Mais grave
que a mudança no Ministério da Justiça, são os fatores alegados pelo ministro
para essa mudança. Órgãos de controle e investigação como a Polícia Federal,
devem estar blindados de interferências políticas e atuar sempre com autonomia
e isenção, imprescindíveis numa democracia", declarou Camilo.
A capital cearense foi uma das cidades que registraram
manifestação após o pedido de demissão de Moro. Por volta das 11 horas,
moradores bateram panelas, e motoristas realizaram um "buzinaço" no
Bairro Meireles, área nobre da capital cearense.
Outras cidades brasileiras também registraram panelaços
na manhã desta sexta. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e
Florianópolis, por exemplo, o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de gritos "fora,
Bolsonaro!" enquanto pessoas batiam panelas.
Saída de Moro
O anúncio da demissão ocorreu após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício
Leite Valeixo, homem de confiança de Moro. O ex-juiz disse que foi
pego de surpresa com a publicação do ato no "Diário Oficial".
"O presidente me disse mais de uma vez,
expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele
pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher
relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não
é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação", declarou
durante o pronunciamento.
G1 CEARÁ