O
Governo do Estado liberou R$ 45 milhões para a Secretaria da Saúde do Ceará
(Sesa) implementar medidas necessárias de controle contra o coronavírus no estado. A informação foi divulgada
pelo governador Camilo Santana, em sua página no Facebook, nesta quinta-feira
(12). O estado não tem casos confirmados da Covid-19, doença causada pelo
coronavírus, de acordo com a Sesa.
Nove
medidas de prevenção e tratamento de eventuais casos foram estabelecidas pelo
governo. São elas:
- Liberação pelo Governo do Estado de R$ 45 milhões
para a Secretaria da Saúde do Estado;
-
Liberação de 200 enfermarias e 30 leitos de UTI para enfrentamento da crise;
-
Preparação de 14 equipamentos de saúde para atendimento de pacientes;
-
Treinamento e orientação das unidades hospitalares públicas e privadas do
Ceará;
-
Acompanhando dos casos suspeitos informados à Sesa através de suas equipes;
-
Disponibilização de canais de comunicação para a população e para os
profissionais de saúde;
-
Divulgação diária (17h) de boletim informativo sobre a situação epidemiológica
e as medidas adotadas pelo estado;
-
Disponibilização de equipes de saúde para triagem nas visitas das unidades
prisionais.
Entre
as unidades de saúde preparadas para atender os possíveis casos, cinco delas
são hospitais de Fortaleza, três hospitais regionais e sete Unidades de Pronto
Atendimento (UPA). O governador não divulgou quais são os equipamentos.
Parte
das medidas já havia sido anunciada no plano de contingência da Sesa, divulgado
no último mês de fevereiro, para enfrentamento da doença. O documento segue as
recomendações do Ministério da Saúde, com diretrizes que contemplam logística
de diagnóstico, infraestrutura de unidades e a proteção dos trabalhadores.
O
secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, disse nesta
quinta-feira (12), que como o Estado não está em fase de transmissão da doença
não há não há indicação para suspensão de eventos nem fechamento de
instituições.
20 casos suspeitos
O
Ceará tem 20 casos investigados, descartou 62 e teve 82 notificações de suspeitas
da doença, segundo a Sesa. Até o momento, no Brasil são 77 casos confirmados da doença e 1.427 suspeitos,
segundo o Ministério da Saúde. As mortes em todo o mundo decorrentes do
Covid-19 já ultrapassam 4 mil.
Fase
de vigilância
As
secretarias municipal e estadual ressaltaram nesta tarde que o plano de combate
à Covid-19 foi feito em fases e, atualmente, o foco é a vigilância. A suspensão
de eventos e fechamento de instituições só seriam necessários na fase de
transmissão, que pode ou não chegar.
"Não
estamos autorizados a suspender hoje essas atividades [eventos públicos], mas
quem tiver sinais de infecção não deve ir a locais com aglomeração e, os
idosos, por serem grupos de risco, também devem se proteger", disse o
secretário.
Em
Fortaleza, a unidade de referência para tratamento da doença é o hospital São
José, no caso de quem usa exclusivamente o Sistema Único de Saúde (SUS), mas se
o número de pacientes chegar a ser alto, em novas fases de combate, as UPAS do
Edson Queiroz, Vila Velha, Cristo Redentor, Itaperi e Jangurussu poderão fazer
atendimento, conforme informações repassadas pelas autoridades de saúde do
Estado.
Os
serviços de saúde, como os de emergência, só devem ser procurados no caso dos
idosos (em especial, com mais de 80 anos), e pessoas de grupos de risco,
segundo as secretarias de saúde.
Pandemia
Nesta
quarta-feira (11), a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia de
Covid-19. O órgão alertou que o número de pacientes infectados, de
mortes e de países atingidos deve aumentar nos próximos dias e semanas.
O
termo pandemia se refere ao momento em que uma doença já está espalhada por
diversos continentes com transmissão sustentada entre as pessoas. "A
declaração de uma pandemia não é como a de uma emergência internacional - é uma
caracterização ou descrição de uma situação, não é uma mudança na situação.
(...) Não é hora para os países seguirem apenas para a mitigação", disse
Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências da OMS.
G1 Ceará