sexta-feira, 27 de março de 2020

Coronavírus: volta às aulas deve acontecer apenas com estabilidade de casos, diz especialista

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Apesar de não integrar os grupos mais afetados pelo novo coronavírus, as crianças podem se tornar potenciais transmissores da doença em meio à pandemia da Covid-19. No Ceará, mesmo com aulas suspensas por 15 dias, desde o último dia 19, quando o Governador do Estado, Camilo Santana, decretou estado de emergência por coronavírus, o infectologista Roberto da Justa considera que o período deve ser estendido. “A escola é lugar de aglomerações. A volta [às aulas] só deve ser cogitada quando a curva de incidência [da doença] apresentar estabilidade e tendência de declínio”, analisa. 

A transmissão da doença é a mesma independentemente da faixa etária. Se dá pelo ar, com tosse e espirros que podem adentrar os pulmões, além de partir de superfícies inertes já contaminadas com gotículas respiratórias, segundo o especialista. Conforme Justa, as crianças infectadas pelo coronavírus são, geralmente, assintomáticas ou apresentam queixas brandas, contudo, “elas fazem o papel de manutenção da epidemia, ou seja, elas são infectadas, não apresentam sintomas e passam a ser transmissoras da doença, pois tossem e espirram naturalmente, sem cuidados maiores. É um perigo iminente, uma vez que, se postas em aglomerações e estando em contato direto com os mais velhos, como pais e avós, podem transmitir para este grupo de risco da Covid-19”. 

Diante do cenário, a importância de manter o distanciamento social, para o infectologista, é de suma importância. “As crianças passam a ter uma relevância nesse sentido da transmissão.

Elas não têm a noção de um adulto, apesar de explicá-las a importância de higienizar as mãos, entre outros cuidados. Os avós também querem se manter perto das criança, o que pode ser preocupante agora. O distanciamento faz sentido e tem respaldo sanitário para o combate desse novo vírus”, pontu Justa. 

Volta às aulas

Mãe do pequeno estudante Caio, de apenas 1 ano e 7 meses, Ana Cristina Ribeiro, 24, teme pelo fim da pausa nas aulas. “Dependendo do pico de contaminação, eu considero necessário o prorrogamento da suspensão das aulas sim. Na creche, no caso do meu filho, as crianças são bem pequenas ainda, então se abraçam muito, trocam brinquedos e alimentos. Ali, uma ou outra criança pode estar contaminada e não apresentar sintomas. É um risco grande, pois moramos com pessoas mais velhas”, explica. Caso as aulas voltem na próxima semana, Ana diz que não pretende levar o filho para a aula. “Tudo vai depender de como vai estar essa contaminação”, diz.

Para Ana, todos deveriam se precaver ficando dentro de casa. “O Caio já é uma criança que fica muitas vezes gripada e cansada. Isso me preocupa bastante e em um cenário como esse agora, as coisas podem piorar caso ele seja infectado na escola, volte pra casa e passe para o avô, que já integra o grupo de risco pela idade e por ser fumante”, finaliza.

Diário do Nordeste

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