A
transmissão da doença é a mesma independentemente da faixa etária. Se dá pelo
ar, com tosse e espirros que podem adentrar os pulmões, além de partir de
superfícies inertes já contaminadas com gotículas respiratórias, segundo o
especialista. Conforme Justa, as crianças infectadas pelo coronavírus são,
geralmente, assintomáticas ou apresentam queixas brandas, contudo, “elas fazem
o papel de manutenção da epidemia, ou seja, elas são infectadas, não apresentam
sintomas e passam a ser transmissoras da doença, pois tossem e espirram
naturalmente, sem cuidados maiores. É um perigo iminente, uma vez que, se
postas em aglomerações e estando em contato direto com os mais velhos, como
pais e avós, podem transmitir para este grupo de risco da Covid-19”.
Diante
do cenário, a importância de manter o distanciamento social, para o
infectologista, é de suma importância. “As crianças passam a ter uma relevância
nesse sentido da transmissão.
Elas
não têm a noção de um adulto, apesar de explicá-las a importância de higienizar
as mãos, entre outros cuidados. Os avós também querem se manter perto das
criança, o que pode ser preocupante agora. O distanciamento faz sentido e tem
respaldo sanitário para o combate desse novo vírus”, pontu Justa.
Volta
às aulas
Mãe
do pequeno estudante Caio, de apenas 1 ano e 7 meses, Ana Cristina Ribeiro, 24,
teme pelo fim da pausa nas aulas. “Dependendo do pico de contaminação, eu
considero necessário o prorrogamento da suspensão das aulas sim. Na creche, no
caso do meu filho, as crianças são bem pequenas ainda, então se abraçam muito,
trocam brinquedos e alimentos. Ali, uma ou outra criança pode estar contaminada
e não apresentar sintomas. É um risco grande, pois moramos com pessoas mais
velhas”, explica. Caso as aulas voltem na próxima semana, Ana diz que não
pretende levar o filho para a aula. “Tudo vai depender de como vai estar essa
contaminação”, diz.
Para
Ana, todos deveriam se precaver ficando dentro de casa. “O Caio já é uma
criança que fica muitas vezes gripada e cansada. Isso me preocupa bastante e em
um cenário como esse agora, as coisas podem piorar caso ele seja infectado na
escola, volte pra casa e passe para o avô, que já integra o grupo de risco pela
idade e por ser fumante”, finaliza.
Diário do Nordeste